A Grande Rio realizou em sua quadra, na noite de sábado e que só terminou na manhã de domingo, o primeiro encontro de baterias das escolas de samba. A festa, que recebeu o nome de Guardiões da Favela, estava lotada de um público empolgado e contou com a participação de 14 escolas convidadas mais a dona da casa. Um encontro para celebrar o quesito de baterias. Foi assim que mestre Fafá tratou o evento que contou com a participação das 12 escolas do Grupo Especial, mais a União da Ilha do Governador, da Série Ouro, e ainda duas escolas de São Paulo: Mocidade Alegre e Mancha Verde. As escolas se revezaram em quase 12h de festa, que nem o avançar da hora tirou a alegria de quem estava lá para ver a escola que admira e prestigiar as demais. Haviam sambistas locais e também muita gente que veio em caravana de outros estados para sambar em Caxias. * VEJA AQUI GALERIA DE FOTOS DO EVENTO

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Fotos de Allan Duffes/Site CARNAVALESCO

O anfitrião da festa, o mestre de bateria da Grande Rio, Fafá, contou que a ideia do evento partiu de um livro, que relatava a tradição do passado de se promover encontro de ritmistas. Estima-se que essa tradição acontecia a cerca de 60 anos atrás e, que ontem, começou a ser resgatada.

“A ideia surgiu junto com um irmão daqui, que é o Mozart da Lua, nosso diretor social, a partir de um livro que eu estava lendo. E eu falei que tinha vontade de fazer um evento de baterias, que não fosse competição. Queria que fosse uma confraternização entre os ritmistas. E ele embarcou comigo no projeto. E, felizmente, fomos prontamente atendidos pelas co-irmãs”, contou Fafá.

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A organização do evento por parte da Grande Rio, cuidou de detalhes para que as baterias se destacassem. Por isso, foram montados dois palcos, mais à frente em relação ao palco principal. Um de cada lado. Assim, os ritmistas tomaram certo protagonismo e se apresentam praticamente no meio do público. O clima de tradição resgatada também esteve presente nos nomes que cada palco recebeu e antigos mestres, que passaram pela tricolor de Caxias, foram homenageados. O palco principal, onde a bateria se apresenta sob a regência de Fafá, recebeu o nome de Du Gás. E os palcos laterais, Odilon e Maurício, grandes nomes da escola.

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O sucesso da festa e o abraço do público também passou pelo nome escolhido. Guardiões da Favela foi ideia conjunta entre Fafá e Da Lua, segundo o mestre. Que faz uma referência tanto ao consagrado samba para Exú, em 2022, quanto aos tantos ritmistas que moram nas comunidades do Rio.

Apresentações levantaram o público

Mesmo sendo um encontro de baterias com seus cantores, as escolas levaram segmentos para as apresentações, o que levou os presentes a interagirem ainda mais. A Grande Rio se apresentou duas vezes. A primeira para abrir o evento e dar as boas-vindas à Tijuca, primeira a se apresentar. E a segunda vez, após a apresentação da Mangueira, foi para levantar o povo com seus quesitos e sua badalada comissão de frente, que contou com a participação de Demerson D’Alvaro, o ator que interpretou Exú no desfile deste ano e, como sempre, arrancou aplausos e muitos gritos eufóricos do público.

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Quem também movimentou o palco Du Gás, durante a apresentação da tricolor, foi a rainha Paola Oliveira. A majestade da Invocada sambou, atendeu aos pedidos de fotos e interagiu bastante com os passistas. No final, uma merecida homenagem ao mestre Fafá, que desde que assumiu o posto, não sabe o que é perder um décimo.

E assim, as escolas foram se revezando durante a madrugada. Quando uma terminava sua apresentação, o cantor anunciava a outra. Não havia espaço para clima de competição, mas tiveram duas escolas que não perderam a viajem. Se era pra vir de São Paulo até Duque de Caxias, Mocidade Alegre e Mancha Verde não passariam discretas.

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Segmentos, com direito a baianas e carro de som completos, as escolas paulistanas deram um show e provaram que vale a pena pegar a Dutra para curtir um evento em suas quadras. A Morada do Samba, muito bem vestida, fez uma apresentação de fazer o público secar o suor depois de tanto sambar. Enquanto a Mancha, trouxe fantasias de desfiles em uma exibição digna da atual campeã de São Paulo.

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O sol já raiava, às 5h30, quando a Portela iniciou a sua apresentação. Depois, sobre raios cada vez mais fortes, Mocidade Independente e Viradouro subiram aos palcos. No fim, parecia meio-dia, mas ainda eram 8h da manhã, quando a Beija-flor encerrou em grande estilo e com bastante gente na quadra.

Força do evento prova qualidade do quesito

Nos dois últimos desfiles foram apenas duas notas 9,8 e uma 9,7, para baterias que não foram pra mesma escola. Prova de um quesito se fortalece a cada ano. Bateria, quesito tão aguardado pelo público leigo, agora conquista os ouvidos também dos técnicos. Para Fafá, o nível alto é resultado de um trabalho em conjunto, uma vez que, com baterias de alto nível, o carnaval só tem ganhar.

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“Temos muitas baterias boas. Hoje, é muito difícil você tirar algum ponto de alguma já que os mestres estão fazendo trabalhos belíssimos, cada uma com suas características. A galera começou a fazer um trabalho muito técnico e, isso tá se repercutindo na avenida. Nós, mestres, conversamos muito, sobre a questão do som, retorno, e outras questões. Então, é um trabalho em conjunto de todo mundo e vem dando dando. Espero que todos continuem tirando nota máxima. Quanto mais a gente melhora, só engrandece o carnaval”, contou o mestre da Grande Rio, em tom comemorativo.

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A tendência agora, é que em 2023 o nível seja ainda melhor, uma vez que os eventos e ensaios, parados por conta da pandemia voltaram a ser como antes ou até mais frequentes, em busca de excelência, tão importante em um quesito equilibrado.

A questão do evento da última noite é que ele precisa acontecer todos anos, pelo bem da Grande Rio, do carnaval e do público. Guardiões da Favela, deve destacar cada vez mais as baterias, muito além de palcos exclusivos, para que todo o público conheça e entenda a batida e as raízes de cada escola. Tendo como base o primeiro evento, a tricolor de Caxias já pode projetar a segunda edição. Todo mundo agradece.

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