InícioSão PauloEm seu segundo ensaio, Gaviões da Fiel apresenta grande melhora

Em seu segundo ensaio, Gaviões da Fiel apresenta grande melhora

O treino foi marcado pelo ambiente forte que a comunidade quis mostrar. Com isso, o canto foi o destaque.

Na noite deste sábado, os Gaviões da Fiel realizaram o seu segundo ensaio técnico visando o carnaval de 2022. O treino foi marcado pelo ambiente forte que a comunidade quis mostrar. Com isso, o canto foi o destaque. A agremiação passou por uma semana conturbada e tinha tudo para ser um ensaio desanimador, com um contingente menor, mas os componentes resolveram mostrar que nada está perdido e a comunidade corinthiana continua forte para o desfile de 2022. A força da arquibancada, que é tão característica da agremiação, hoje serviu para embalar ainda mais os foliões dentro da pista.

Harmonia

Foi o quesito destaque da escola. Os componentes vieram embalados com a intenção de realmente dar uma resposta. O número de pessoas que a agremiação conseguiu levar, também chamou muita atenção. Sem sombra de dúvidas, a quantidade de componentes em relação ao ensaio anterior, foi gritante.

Vale destacar o apoio dos integrantes de harmonia, que foram fundamentais para corrigir os componentes dentro do canto.

Porém, apesar de ter sido o quesito destaque da escola, alguns foliões cantavam o samba de forma errada no trecho: ‘herdeiro da senzala Brasil’, muitas vezes, se trocou a palavra ‘herdeiro’ por ‘guerreiro’. Apesar de ser um grande erro, pode ser facilmente corrigido.

Carlos Tadeu Miranda, diretor de harmonia dos Gaviões da Fiel, ficou contente com o desempenho da comunidade. “Pra mim esse ensaio foi um resgate. Hoje eu senti o canto e a empolgação dos nossos componentes dentro do samba, que é muito bom. O canto em relação ao primeiro ensaio, eu diria que melhorou em 70%. A característica dos Gaviões é o canto e nós estamos resgatando isso. O samba é muito bom, a letra é de uma qualidade excelente e tudo isso ajuda. A escola que canta, supera qualquer coisa. Por tudo que aconteceu nessa semana, foi uma superação pra nós e eu me sinto de alma lavada”, desabafou o diretor.

VEJA GALERIA DE FOTOS DO SEGUNDO ENSAIO DA GAVIÕES DA FIEL

Mestre-sala e porta-bandeira

O casal Wagner Lima e Gabriela Mondjian, protagonizaram outro ensaio de segurança. Totalmente satisfatório. Mostraram muita sincronia dentro dos giros e na coreografia. Sorriram e mostraram o pavilhão com garra o ensaio inteiro. Ambos estavam com o figurino na cor amarela. Destaque para o mestre-sala Wagner, que chegando ao final do treino, dançava gritando e incentivando a sua parceira Gabriela. Os dois estamparam muita felicidade e estão se mostrando cada vez mais dignos de ostentar o pavilhão alvinegro por muito tempo.

Samba-enredo

Um dos grandes sambas do carnaval paulistano para 2022, foi digno de um canto de destaque nesta noite de sábado. Como analisado antes, no primeiro ensaio a escola veio em um número menor e cantando menos. Já nesse segundo treino, o hino foi elevado para outro patamar. O carro de som liderado por Ernesto Teixeira, o longevo e interminável, teve um ótimo desempenho. Destaque para os cavacos. Ao invés de apenas marcar o samba na avenida, os instrumentos de corda também improvisam alguns arranjos dentro do samba. O que dá uma diferenciada do usual.

As partes mais cantadas pela comunidade são a última estrofe e o refrão principal.

O intérprete Ernesto comentou sobre alguns ajustes a serem feitos. “Para falar sobre isso a gente tem que esperar a análise técnica da diretoria e da harmonia. Todo o ensaio é filmado e registrado. A diretoria acompanha, e tem gente que só fica observando os detalhes técnicos. Agora, durante a semana a gente avalia isso com calma pra entender se precisa melhorar algo para o dia 23. Acho que sempre dá para dar um gás a mais, até porque no dia 23 a arquibancada estará toda tomada, e isso por si só já mexe com o componente. E a gente sabe que grande parte das pessoas que estão nas arquibancadas no dia que a gente desfila é gente que está ali para torcer pela Gaviões, então esse é um fator positivo que a gente tem que se prevalecer dele. Saber a hora de entrar o samba no momento certo, cantar o hino da Gaviões para já mexer com esse povo, trazer no sangue, trazer na veia, trazer no coração, e acredito que isso tudo vai contagiar ainda mais os nossos componentes, então vai ser melhor”, analisou.

O cantor acrescentou sobre o samba, o enredo e afirmou que se faz necessário nos dias de hoje.
“A gente tem passado muito a letra do samba, e a pedimos nos ensaios, nos grupos, para as pessoas realmente interpretarem o samba, entenderem o que estão falando. Então cada linha do samba tem uma mensagem. É um enredo que se faz necessário. Eu diria que se faz necessário há 500 anos. Ele está atual desde sempre. A gente tem que lutar sempre pelas transformações, pelo respeito, pelo fim da intolerância e da hipocrisia. É uma luta eu diria que eterna, como é a luta do bem contra o mal. Mas é um enredo que caiu muito bem para a Gaviões da Fiel nesse ano”, finalizou.

Bateria

O andamento da bateria foi outro destaque da escola. A cadência tomou conta de vez da ‘Ritimão’, regida por mestre Ciro. Quando se trata de um ritmo cadenciado, nota-se que os surdos de terceira e as caixas predominam a bateria. Três bossas foram executadas e, entre elas, a paradinha da última estrofe (‘meu gavião’) se destaca. A batucada toda para e a comunidade canta em uma só voz.

As outras bossas se localizam no refrão do meio e no refrão principal do samba.

Mestre Ciro, diretor de bateria dos Gaviões da Fiel, analisou o ensaio. “Gostei muito do desempenho da Bateria, do ritmo, do clima, da vontade de alcançar o objetivo que foi demonstrada por todos os ritmistas. Em relação ao primeiro ensaio, nós mexemos na formação da bateria, no posicionamento de alguns ritmistas, e no posicionamento das terceiras também, afim de trazer um andamento mais consistente pra esse ensaio e eu gostei bastante do resultado”, pontuou.

Ciro também acrescentou sobre as bossas e do ponto alto do treino. “Serão três bossas na avenida. Uma delas é dividida em duas partes que somam mais de 20 compassos e é ela que apresentaremos aos jurados para conquistarmos a nota de performance. Com relação ao ensaio, pra mim o ponto alto foi poder mostrar que os Gaviões estão unidos, fortes e com disposição de sobra pra defender a nossa bandeira e a nossa entidade em qualquer situação”, finalizou.

Evolução

 A escola teve uma evolução satisfatória. Não houveram buracos ou espaçamentos entre as alas ou nas medições de alegorias. Houve grande sincronia entre os integrantes de harmonia e componentes, que cooperaram corretamente com todas as instruções dadas. Os foliões cumpriram devidamente o que se pede. Evoluíram de um lado para o outro. Não se limitaram a ficar na linha vertical da pista.

Em alguns momentos, a comunidade faz uma coreografia padrão. O refrão principal, na frase ‘basta é um grito que embala o povo’, estendem a mão para frente. Movimento que simboliza um ‘pare’. Na frase ‘meu punho é luz de Mandela’, as alas levantam cerram os punhos e levantam o braço. Quando chega no refrão do meio, nos versos ‘essa terra é de quem tem mais, conquistada através da dor’, as alas levantam o braço e giram para esquerda e para direita. Por fim, na última estrofe do samba, ‘Meu Gavião, chegou o dia da revolução, onde a democracia desse meu Brasil, faça o amor cantar mais alto que o fuzil’, os componentes levantam os braços e batem palmas até o término da última frase.

Outros destaques

A comissão de frente, mais uma vez, mostrou uma encenação forte. De início apresenta-se um grupo com sete pessoas e, logo atrás, o restante. Totalizando 15 bailarinos dentro da ala. No grupo de trás, vinham tripés trazendo palavras ante ao preconceito, como ganância, ira, intolerância, soberba, egoísmo, opressão.

A maioria das alas estavam segurando bexigas em preto e branco.

Arquibancada monumental fez grande festa e toda ela acendeu sinalizadores quando a bateria passou

O ensaio também contou com a presença da musa dos compositores Ana Paula Minerato.

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