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Editorial: ‘Morte de Laíla representa o fim de uma era para a cultura carioca’

Luiz Fernando Ribeiro do Carmo, o Laíla, foi uma das personalidades mais importante da história dos desfiles de escola de samba. Não é possível contar a história da maior festa popular brasileira sem citar o sambista, nascido e criado no morro do Salgueiro. Todas as inovações e mudanças significativas no que tange o aspecto musical dos desfiles tiveram em Laíla ou testemunha ou criador de tais novidades. * Laíla, gênio e griô do carnaval

laila

O sambista iniciou sua trajetória na escola de seu coração, o Acadêmicos do Salgueiro. Laíla foi um dos artífices da chamada revolução salgueirense, que mudou os rumos dos desfiles no início dos anos 60. Trabalharam com o sambista nomes da envergadura de Fernando Pamplona, Joãozinho Trinta, Maria Augusta, Renato Lage e Rosa Magalhães.

O destaque atingido no Salgueiro chamou a atenção de todos no mundo do samba. Em meados dos anos 70 Laíla participou de outra revolução que mudou os rumos da folia. Em 1976 foi para a Beija-Flor de Nilópolis, ao lado de Joãozinho Trinta. A dupla foi responsável pelo primeiro tricampeonato da agremiação. Apesar de sua intrínseca relação com o Salgueiro, foi em Nilópolis que Laíla criou sua maior identificação com uma escola de samba. Entre idas e vindas foram mais de 25 anos dedicados à uma das comunidades mais intensas dos desfiles.

A morte de Laíla representa o fim de uma era para a cultura carioca. Além de sua passagem por agremiações que ajudaram a contar a história do carnaval, o mestre foi o responsável por produzir o álbum oficial dos sambas-enredos nos últimos 50 anos. Jamais um disco ou CD foi produzido no Grupo Especial sem a gerência do griô. Laíla deixa um legado de uma vida inteira dedicada às escolas de samba.

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