As escolas de samba do Rio de Janeiro estão ameaçadas desde janeiro de 2017 pela intolerância religiosa e por um prefeito que não respeita a maior representação da cultura popular da cidade. O desfile é nosso alicerce da miscigenação brasileira, a válvula de escape do nosso dia a dia, a opção de lazer e cultura para toda sociedade, seja ela de comunidade, do asfalto ou dos altos IPTUs da Zona Sul. O carnaval não tem uma única cara, ele tem várias facetas e por isso virou o maior espetáculo da terra.

Os sambistas nos colocaram no patamar de referência da cultura brasileira. A raiz. Todas raças e sem distinção. Óbvio que todos os aspectos de um desfile são importantes e no site CARNAVALESCO sempre valorizamos os quesitos e a cobertura técnica e com opinião. Porém, a história de luta do samba e do carnaval sempre foi construída com lutas e suas conquistas chegaram com muito suor e talento.

Não podemos passar a mão na cabeça de ninguém. Os dirigentes das escolas de samba são os culpados pelo crime que o prefeito Marcelo Crivella faz com o carnaval do Rio de Janeiro. Eles fizeram o 10 (número do candidato Crivella nas eleições), vibraram com o pega no ganzê e, claro, diziam que não votariam no barbudo comunista (candidato Marcelo Freixo), aliás, foi o único que tinha em seu programa de governo a opção de discutir o carnaval, mesmo que alguns pontos fossem polêmicos, ele queria ouvir e conversar com os sambistas. Está bem claro que a opção foi errada. Sem entrar no mérito da indicação eleitoral, afinal, cada um tem seu lado, o principal é que o lado do carnaval foi esquecido totalmente.

Crivella traiu os presidentes, as escolas de samba e os moradores de muitas comunidades do Rio de Janeiro. Ainda assim não é visto nenhum indicativo de revolta dos representantes das escolas de samba. Protestar? Nem pensar! Triste ver as escolas de samba sucumbirem na frente de um político/religioso que gasta rios de dinheiro em propagandas contra os desfiles.

A falta de união das escolas de samba é gritante. As ligas não se falam, aliás, elas se sabotam, as escolas não reagem. Entendemos todas dificuldades, mas a decisão de parar as atividades, não ensaiar e etc só favorece ao prefeito. O ponto certo é de reagir. Levar as escolas de samba para a Central do Brasil, Barcas, Largo da Carioca e diversos pontos do Rio. Fazer apresentações, batucar, sambar e se reencontrar com os moradores do Rio de Janeiro. Dar o porre de alegria e felicidade que tão bem sabemos fazer.

É hora de sambar na cara do prefeito. Se ele quer o Sambódromo vamos botar ele de frente com os sambistas.

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