InícioSérie OuroIlhaDandara Ventapane defende o legado raiz no samba

Dandara Ventapane defende o legado raiz no samba

ilha1607 3

Porta-bandeira da União da Ilha, ela é neta de Martinho da Vila e atua em diversas frentes, comprovando que a mulher pode ser o que quiser. Veja abaixo a entrevista para a coluna “Espaço do Sambista”, publicada toda sexta-feira, no jornal MEIA HORA.

Qual é o maior desafio para ser porta-bandeira?

Dandara: “É representar um pavilhão com dedicação, beleza e paixão. Lidar com os contratempos do momento na Avenida (roupa, vento, atraso, ajuste), além de como mulher, ser a representante de tantas outras”.

O que ajudou e o que dificultou em ser neta do Martinho e trabalhar no carnaval?

Dandara: “Tive abertura na Unidos de Vila Isabel para mostrar minha vontade de compor o quadro de casais. Se eu não fosse “de casa”, pois sempre fui presente e desfilante, o caminho seria outro. Pedi para ser a 3ª porta-bandeira, o que não havia na escola. Não tirei o lugar de ninguém. A dificuldade foi exatamente desligar essa conexão: ‘Só está lá porque é neta do Martinho’. Precisou de tempo, e, talvez, que eu saísse da Vila Isabel para mostrar o valor da minha dança e arte”.

Como as escolas de samba podem trabalhar mais com meninas e meninos das comunidades?

Dandara: “É preciso ter ações de trazer o componente com sua família para as escolas mirins e para o convívio cultural do carnaval. Isso vai ser reafirmar, através dos projetos sociais, dentro das escolas de samba, e, assim as crianças vão ter o reflexo cultural em suas vidas. Falando da engrenagem como um todo, é a valorização do artista em diversos níveis dentro da estrutura”.

Você foi recentemente mãe, é porta-bandeira e cantora. Qual é o segredo dessa “super Dandara-Maravilha” para dar conta de tudo?

Dandara: “Está entre ancestralidade e contemporaneidade (risos). Minha mãe, Analimar, é meu espelho de mulher maravilha, ser mãe de três, trabalhar com a música e o que for necessário pra agregar financeiramente em casa. Ter uma rede de apoio é fundamental. Nós, mulheres, queremos ter o poder de decidir o que nos é necessário. Ser “Dandara-Maravilha”, mãe solo, não ser mãe, ter filho e profissão ou só se dedicar a família”.

A Ilha acabou sendo rebaixada e você seguiu. Qual é o tamanho do desafiou em desfilar na Série A?

Dandara: “O tamanho é grande. É uma missão. Colaborar com a escola para se reerguer e voltar ao Grupo Especial. Toda a comunidade e a direção da escola confiou em mim e no meu trabalho, independente da colocação. Isso foi o que me fez continuar na União”.

- ads-

PodCARNAVALESCO RJ: veja o programa com Marquinho Marino e João Vitor

https://www.youtube.com/live/m0UzicyZb-c

Em dia de novo papa, conheça a escola de samba de São Paulo que tem padre como presidente

Na Zona Leste de São Paulo, um padre comanda uma escola de samba que vem conquistando espaço no carnaval paulistano. Padre Rosalvino, salesiano, de...

Freddy Ferreira: ‘Enredo da Viradouro sobre mestre Ciça emociona sambistas e cativa ritmistas’

O “conclave” festivo da Unidos do Viradouro realizado em sua quadra de ensaios na noite de terça-fera decretou que mestre Ciça (o Papa do...