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Curso online conta a história de grandes carnavalescos

A revista Caju e o multiprojeto Carnavalize se reuniram para lançar o curso “Escola de samba: estética em desfile – Visualidade e conceito na criação dos carnavalescos”. A iniciativa partiu dos curadores e historiadores da arte Leonardo Antan e Daniela Name, buscando um resgate da história do desfiles das escolas de samba e uma necessária aproximação com o universo da arte brasileira como um todo.

O curso será dividido em quatro aulas, enfocando sempre dois carnavalescos que atuaram no mesmo período, mas tinham propostas e visões diferentes sobre o carnaval. A cada aula, uma dupla desses profissionais será discutida colocando em panorama toda a sua trajetória, pensando sobre a constituição de personalidades artísticas, buscando assim discutir a importância desses artistas dentro da festa. O curso vai propor uma aproximação entre o universo da folia com profissionais de diferentes linguagens artísticas. Reconhecendo os desfiles das escolas de samba como um campo autônomo e fundamental da História da Arte brasileira, os encontros traçarão uma rede de referências, narrativas e apontamentos sobre os nomes abordados.

Quem conta mais do projeto é Leonardo Antan, mestre em História da Arte e editor do Carnavalize. Pelo projeto, Antan já realizou diversas eventos e exposições que buscam valorizar as escolas de samba e resgatar sua história. Ele afirma que acha importante “enxergamos os desfiles das escolas de samba como uma manifestação artística e cultural da maior importância, que reúne diversos tipos de saberes”. Para o curador, a ideia dos encontros é “abrir um panorama para pensar grandes carnavalescos, relativizando algumas verdades cristalizadas e até alguns clichês já relacionado a eles. Buscando ainda pensar uma estética e uma linguagem muito própria das escolas de sambas e como cada artista lidou com ela”.

Saiba mais sobre o calendário das aulas:

Aula 1 – Dia 28 de setembro, 2a feira, 19h30 – Arlindo Rodrigues e Fernando Pamplona (Anos 60)

A primeira aula mapeia a revolução salgueirense por meio de seus dois principais idealizadores. O período marcou uma transformação definitiva na estrutura dos desfiles, transformando-os em produtos da cultura de massa carioca. De um lado, o forte caráter discursivo que Fernando Pamplona reuniu em torno de si, assumindo a visão mais conhecida da história. Do outro lado, o foco será a trajetória de Arlindo Rodrigues, responsável pelo cortejo seminal da década; Xica da Silva, no Acadêmicos do Salgueiro, em 1963.

Aula 2 – Dia 29 de setembro, 3a feira, 19h30 -Joãosinho Trinta e Maria Augusta (Anos 70)

Herdeiros do grupo de artistas formado na Revolução Salgueirense, Joãosinho Trinta e Maria Augusta são responsáveis por uma disputa que buscou definir os rumos estéticos na década que deu sequência ao processo de espetacularização e crescimento dos desfiles.

Em uma parte da aula, o “luxo do brilho” de Joãosinho Trinta promoveu uma série de inovações nas narrativas e no aspecto visual do período. Na segunda parte, o “luxo da cor” de Maria Augusta propôs um outro caminho estético para a festa ao abordar enredos abstratos e uma estética pautada em elementos cotidianos na União da Ilha do Governador.

Aula 3 – Dia 5 de outubro, 2a feira, 19h30 – Fernando Pinto e Luiz Fernando Reis (Anos 80)

Na década de 1980, um ponto de virada decisivo na trajetória das escolas de sambas foi a chegada de enredos “sociais” e “políticos” que versaram sobre o processo de redemocratização após o período ditatorial. Na primeira parte do encontro, recontamos a trajetória de Fernando Pinto, o artista marcado pela herança tropicalista e da contracultura carioca dos anos 1970. Quem também brilhou no carnaval da época foi Luiz Fernando Reis. Na Caprichosos de Pilares, o carnavalesco desenvolveu enredos de forte cunho crítico, dialogando com seu contexto e apostando em carnavais que se destacavam por sua mensagem bem sinalizada.

Aula 4 – Dia 6 de outubro,3a feira, 19h30 – Renato Lage e Rosa Magalhães (Anos 90 aos anos 2000)

A última aula chega na rivalidade entre dois nomes que marcou a década de 1990, apontando os estilos que constituíram uma memória artística das mais simbólicas da festa. Na primeira metade da conversa, um passeio pelo imaginário de Rosa Magalhães e seus inesquecíveis carnavais na Imperatriz Leopoldinense. No outro ponto, chegaremos ao estilo particular que Renato Lage desenvolveu na Mocidade Independente de Padre Miguel.

SOBRE OS MEDIADORES

LEONARDO ANTAN é historiador da arte, curador e escritor. Graduado e mestre em História da Arte pela UERJ, onde pesquisou a linguagem artística dos desfiles das escolas de samba. É editor do projeto multi-plataforma Carnavalize, que realiza eventos voltado à história do carnaval. Integrou o coletivo curatorial “Dia de Glória’’, em parceria com a Casa de Estudos Urbanos. Cursou Imersões Curatoriais no Paço Imperial, onde curou coletivamente a exposição “Limiares”. No carnaval, já atuou como aderecista em escolas como Unidos da Tijuca e Portela, além de fazer parte da criação do desfile da Unidos das Vargens. Como curador, realizou ainda de exposições na Casa de Estudos Urbanos, Museu da História e da Cultura Afro-brasil, Centro Municipal de Artes Hélio Oiticica e no Museu Bispo do Rosário de Arte Contemporânea. Entre as exposições estão “Uma delirante celebração carnavalesca: o legado de Rosa Magalhães” e “O rei que bordou o mundo: poéticas do carnaval da Acadêmicos da Cubango”. Na área literária, é editor do Selo Carnavalize, que pertenceu a Rico editora, voltado para publicação de obras sobre a folia brasileira. Além de já ter publicado dois romances e antologias de ficção LGBT+ pelo Se Liga Editorial.

DANIELA NAME é curadora e crítica de arte. Doutora em Comunicação e Cultura e mestre em História e Crítica da Arte, ambos os títulos pela UFRJ, atua como curadora independente e editora e curadora-geral da Caju, plataforma que reúne a Revista Caju e a Caju Conteúdo e Projetos. É autora dos livros “Amélia Toledo – Forma Fluida” (2015), “Almir Mavignier” (2014) “Norte”, sobre a obra do artista Marcelo Moscheta (2013) e “Espelho do Brasil – Arte popular vista por seus criadores” (2008).

Serviço:

Curso “Escola de samba: estética em desfile – Visualidade e conceito na criação dos carnavalescos”

Aulas online pela plataforma Zoom

Dias 28 e 29 de setembro; 05 e 06 de outubro, às 19:30

Investimento: R$ 207 (Há descontos para estudantes)

Link para inscrição: https://www.sympla.com.br/escolas-de-samba-estetica-em-desfile__963093

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