A Grande Rio foi a quinta escola a se apresentar neste início de domingo, trouxe para a Sapucaí o enredo de Exu. Na comissão de frente, “Câmbio Exu” representou o pedido de proteção para a abertura dos caminhos, apresentou uma interpretação poética para o que os espectadores pudessem imaginar o Exu em sua essência. Beth Bejani, coreógrafa da comissão de frente, em entrevista ao site CARNAVALESCO, contou como foi o processo criativo para a coreografia apresentada.
“A gente estudou muito tempo, demos um pouco de sorte também porque tivemos 2 anos de muita pesquisa, então a gente foi conseguindo acrescentar ainda mais coisas ao trabalho. Os meninos ajudaram muito com a dinâmica da coreografia, com todo o processo. Foi um processo incrível durante todo esse tempo”
“Trouxemos muita energia, com nossos efeitos, por conta do tamanho que se tornou a comissão de frente, mas pudemos trazer, acima de tudo alegria, irreverência. Porque nós trouxemos uma condição de desmistificar que Exu é um personagem do mal e não tem nada disso, é um agente folclórico da nossa cultura popular”, completou Hélio Bejani, também coreógrafo da comissão.
A parte principal da apresentação foi proposto um olhar de conexão entre os mundos terrestre e espiritual, representado como uma espécie de mediador. A comissão da escola de Duque de Caxias, contou a história de uma catadora de lixo, moradora da cidade, que se comunicava com Exu através de um telefone e contava com expressões misteriosas. Com a proposta de deixar a seguinte mensagem a quem assistiu: A energia que vem da transformação é poderosa!
O cenário foi criado com a catadora e os outros catadores vivendo no meio de uma civilização julgada como lixo, insatisfeita com a situação, a personagem principal busca formas de se reconectar com a fé, e colocou em cheque os valores distorcidos da nossa sociedade.
“A gente trouxe como principal mensagem a fé, a intolerância religiosa, contra o preconceito, esses são os pontos principais. Após o ensaio técnico, recebemos uma rede de apoio, pessoas pedindo para que a gente siga e vença por eles. Pessoas que nunca puderam dizer qual era sua fé, sua religião por sofrerem críticas”, completou Beth.