A esteticista Ana Carolina de Souza, de 33 anos, é uma das finalistas do concurso que irá eleger a Rainha do Carnaval do Rio de Janeiro de 2024. Conhecida pelo nome artístico de Carol Padilha, a beldade é a representante da Unidos de Bangu na disputa, escola em que desfila há 11 anos. Neste período na vermelha e branca, ela já atuou em diferentes funções, indo desde integrante da comissão de frente até o posto de musa. Classificada para a última etapa da competição que formará a Corte da folia carioca do ano que vem, a candidata conversou com o site CARNAVALESCO e respondeu uma bateria de perguntas.
A grande final do concurso para Rainha do Carnaval irá acontecer no dia 01º de setembro, na Cidade do Samba, e assim como nas outras etapas o evento terá entrada totalmente gratuita. A vencedora, além do título e da coroa, levará para casa um prêmio de R$ 45 mil. Já a segunda e terceira colocadas escolhidas pelo júri e por meio do voto popular serão nomeadas Princesas e irão faturar a quantia de R$ 32.500 cada. Confira abaixo a entrevista completa.
CARNAVALESCO: O que representa para você estar na final do concurso?
Carol Padilha: “É uma realização chegar nessa final. Não esperava, entre tantas candidatas maravilhosas, estar entre as dez finalistas. E vir representando uma escola que está na Série Ouro é um desafio um pouco maior, porque são muitas escolas incríveis, mas que não estão no Grupo Especial e que muitas vezes não têm a visibilidade que merecem. As pessoas precisam conhecer e valorizar mais os profissionais, os artistas, os sambistas que estão nessas escolas”.
CARNAVALESCO: Já tem uma ideia de como será sua fantasia para final?
Carol Padilha: “A primeira coisa que eu pensei quando eu entrei no concurso foi na fantasia da final, mesmo vivendo uma etapa de cada vez. Mas é segredo, não posso contar. O que posso dizer é que tem muito a ver com a minha personalidade, com toda a verdade que eu venho trazendo na competição. Não faço ideia ainda de quanto eu vou gastar, espero não gastar tanto porque é complicado. A gente sabe que realmente existe um grande gasto em relação ao Carnaval e em todas as etapas, ainda mais para nós mulheres que nos produzimos de várias formas. A beleza para se apresentar no palco, o preparo do corpo, um preparo da oratória, um estudo profundo sobre o que é o Carnaval, sobre o que nós vivenciamos, sobre a origem dessa arte que tanto amamos. Então, é um investimento de todas as formas, a fantasia é mais um deles”.
CARNAVALESCO: Qual foi o melhor momento da disputa até agora e o mais difícil?
Carol Padilha: “O que mais me marcou positivamente foi desafiar todos os meus medos, as minhas inseguranças. Confesso que não tem sido fácil, nunca imaginei participar de um concurso e ver aqui tantas meninas excepcionais, foi desafiador. E, o momento mais triste, mais difíceis, acredito que tenha sido os momentos que deixei o medo falar mais alto. Quando bate os sentimentos ruins, negativos, a gente precisa controlar. Os julgamentos que enfrentamos também são complicados, porque é muito fácil as pessoas apontarem o dedo, ainda mais sem saber o que a gente passa para estar naquele palco. Não digo só em relação a mim, mas as colegas do concurso. Então, isso não é legal e precisa acabar, é muito fácil a gente julgar os outros, principalmente através de um celular, de um computador, em uma rede social. A gente não precisa disso, mas sim de união, de acolhimento, de respeito”.
CARNAVALESCO: Como conseguiu conciliar a rotina do concurso com a vida normal?
Carol Padilha: “Foi bastante difícil. Está sendo ainda. Há três meses, mais ou menos, estou vivenciando este concurso. Desde o momento que eu soube que iria representar a minha escola, a Unidos de Bangu, eu comecei imediatamente a me preparar. Então, a gente abre mão de momentos de lazer, de questões financeiras para investir na nossa aparência e até, às vezes, da família. No meu caso, o meu filho, que é tudo para mim, é uma criança ainda e precisa da minha atenção. Confesso que fiquei deficiente em relação a ter essa dedicação maior com ele”.
CARNAVALESCO: O que pretende fazer de preparação até a final?
Carol Padilha: “Vou continuar com a preparação que já tenho tido, que são os estudos, a oratória, a comunicação, o condicionamento físico, o corpo e a alimentação. Nada vai mudar. É tudo em busca de conseguir essa vitória e levar para minha escola, Unidos de Bangu, e para o meu bairro. Fico muito feliz de estar com a oportunidade de representar a minha área. Temos mais duas candidatas representando ali a região de Bangu e Padre Miguel, então tenho que fazer bonito também”.
CARNAVALESCO: Qual sua opinião sobre os comentários de internet que criticam algumas candidatas que fazem passos marcados e sambam no estilo “tiktok”?
Carol Padilha: “Como eu falei, essa mania de julgamento, de você ficar atrás da rede social criticando o outro, precisa acabar. Quem julga, pode ter certeza que as candidatas passam por muitas coisas para estar naquele palco, principalmente por seus próprios empecilhos. Muitas vezes, nós criamos obstáculos que não existem. É um desafio pessoal. Então, volto a dizer que é o momento de falar sobre respeito, de falar sobre acolhimento, empatia, amor ao próximo, isso é fundamental. Quanto aos passos de Tiktok, eu não acompanho, mas eu sei que tem muita galera jovem que adora e não vejo nada demais”.
CARNAVALESCO: Se ganhar, o que fará com o prêmio de R$ 45 mil?
Carol Padilha: “Olha, um dinheiro desses sempre tem um destino, o problema é escolher qual vai ser exatamente. Confesso que eu penso muito na minha vida profissional, eu tenho um filho de nove anos, somos nós dois, então isso pesa muito. Tudo que eu faço na minha vida é sempre pensando nele. Portanto, com certeza, o destino deste prêmio será em algo que seja um investimento para que eu possa dar o que há de melhor para o meu filho”.