Mangueira02 4A Estação Primeira apostou em jovens talentos para integrar seu time para o carnaval 2023. A porta-bandeira Cintya, o intérprete Dowglas, os carnavalescos Guilherme Estevão e Annik Salmon e o mestre de bateria Taranta Neto são exemplos dessa valorização. Os componentes da escola atribuíram a chegada da presidente Guanayra Firmino como fator determinante para que mudanças ocorressem dentro da verde e rosa.

O estudante de jornalismo Gibson Romão contou que a expectativa em torno do desfile foi construída por conta do pré-carnaval de aproximação da comunidade com suas origens, ele exaltou as escolhas da presidente Guanayra Firmino em dar oportunidade para figuras que se destacaram na Série Ouro e também dentro da própria Mangueira.

“A expectativa é alta, acho que a gente vai se surpreender bastante, tanto pelos dois carnavalescos que estão agora na escola, quanto pelo casal. A Cintya, que veio de uma outra escola, acho que a Guanayra também foi uma presença que ajudou muito a gente, hoje estamos com uma expectativa muito grande, acho que vai ser um enredo muito bonito, um samba que encanta, foi legal, que tá bacana, estou muito ansioso, é meu primeiro ano desfilando e tenho certeza que vai ser muito legal, eu moro morro da Mangueira, então acho que tem muita coisa conectada aí, a galera gostou do enredo, fala sobre África e Bahia, é sempre bom e importante”, disse Gibson.

Mangueira03 4A diarista Rejane Batista, de 55 anos, contou que não se lembra mais do número de vezes que desfilou pela sua escola, porém, ela destaca que esse ano tem um diferencial, o enredo. Para a diarista, o retorno da africanidade na escola foi fundamental para reacender a vontade de defender novamente as cores verde e rosa na avenida, a fantasia ”

“Como sempre, estou desfilando novamente pela minha escola do coração, vamos brigar por esse título, tenho certeza. Estou com uma expectativa maravilhosa, que a gente vai conseguir, esse campeonato, a chegada da presidente Guanayra mudou tudo, ela passou a olhar pra comunidade com mais respeito, olhar pra dentro da comunidade mesmo, respeitar, pra gente é legal ver figuras de dentro do morro ganhando destaque, o cantor, os mestres de bateria, a gente olha e se enxerga. Eu pensei em não desfilar, mas depois da divulgação do enredo tive a certeza que precisaria estar com a minha escola”, contou Rejane.

Viviane Martins, pedagoga, de 32 anos desfilou na segunda ala da escola, denominada “Cortejo de Rotins”, a ala foi coreografada e mostrou a construção dos cortejos negros na Bahia, referenciando aos préstitos originais das Áfricas. A pedagoga também ressaltou a importância da escola olhar pra dentro e valorizar os novos talentos, além de destacar que o enredo é um resgate das raízes ancestrais.

Mangueira01 4“Eu venho na ala coreografada pelo Fábio Batista, sou mangueirense desde que eu me entendo por gente, minha mãe e meu pai já desfilavam na Mangueira, e esse ano a Mangueira vem de novo mais uma vez com o enredo muito forte e que tem tudo pra levar o título. Quando a gente fala sobre as Áfricas que a Bahia canta, a gente volta o olhar para nossa ancestralidade, para as raízes, para toda a questão do próprio movimento preto dentro do Rio de Janeiro que tá totalmente entrelaçado à cultura baiana mesmo, minha mãe é baiana e a gente sabe bem como é isso. Então, esse enredo me pegou desde o início assim e bate justamente com o fato da escola estar retornando às suas origens, voltando a olhar pra própria comunidade, valorizando quem é de dentro da escola, a escola é uma família. Quando você olha pra baixo, você consegue ir mais longe, vai dar certo”, disse Viviane.