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Comissão de frente e abre-alas se destacam, mas fraco desempenho em harmonia e evolução, podem comprometer o projeto de volta ao Especial da Pérola Negra

Fechando os desfiles do Grupo de Acesso I, a Pérola Negra, apresentou para o público o enredo “O mergulho nos rios sagrados em busca da cura, do corpo e da alma”. O que se viu na apresentação da comunidade da Vila Madalena, foi um ótimo primeiro impacto. Uma comissão de frente encenada, bem vestida e de fácil entendimento. Além disso, um casal de mestre-sala e porta-bandeira que teve um desempenho de maneira correta e, por fim, um carro abre-alas imponente.

Quem assistiu esse começo, se impressionou e se empolgou. Porém, com o passar do tempo, a escola começou a ter alguns erros, principalmente em harmonia e evolução. Contudo, não se pode ficar parado e não saber o samba-enredo do carnaval da agremiação e, devido a isso, as punições em nota podem chegar e adiar o sonho de voltar ao Grupo Especial, que seria logo depois de uma queda em 2020.

Comissão de frente

A dança, comanda pelo coreógrafo Robério Theodoro, teve como quatro personagens encenando, simbolizando o batismo no Rio Jordão. Sendo eles, Jesus Cristo, João Batista, pomba do divino Espírito Santo e Os Anjos Celestiais e o poder das águas do rio Jordão. A apresentação teve como os anjos saudando o público e dançando de um lado para o outro. Ocupando toda a pista. Os personagens Jesus Cristo e João Batista, dançavam esporadicamente e faziam movimentos leves.

A dança dos integrantes contava com uma fantasia de costeiros e capas azul. Os dançarinos puxavam a todo instante, dando um belo efeito na pista

Mestre-sala e porta-bandeira

O casal, Gabriel Vullen e Joice Prado, que estava representando Faraó e Cleópatra, tiveram um desempenho satisfatório nesta noite. Preservaram-se por fazer movimentos leves e seguros. O sorriso no rosto, principalmente da porta-bandeira, é algo a se destacar dentro da apresentação. Quando se apresentavam às torres de jurados, se via um curvamento perante à dupla.

Harmonia

Claramente dá para ver no semblante que muitas pessoas não sabiam o samba, apesar de ouvir um certo canto nos apagões da bateria. Aparentemente, era o único momento em que a escola se empolgava. De resto, em questão de ânimo das alas e tônica do samba, o desempenho foi muito abaixo. Sem sombra de dúvidas, foi o ponto fraco da escola no desfile.

Enredo

O conceito do enredo da Pérola Negra, consiste em apresentar o poder dos rios na cura do corpo e da água. Segundo o tema, as águas do rio trazem tudo o que há de mais puro para o ser humano, como a conexão espiritual e o culto aos deuses na antiguidade. Na concepção do enredo, é algo muito fácil de se entender logo de cara, seja lendo ou vendo vídeos sobre o que se trata.

Sobre a pista, ficou muito a proposta da escola. A história dos rios, como a humanidade usou e a importância dessas águas, foram pontudas muito bem.

Evolução

Assim como a harmonia foi muito fraca, a evolução também. Muito dos componentes não dançavam direito. A sensação que deu é que estavam ali por estar. Não houve quase nenhuma empolgação por parte da escola. Nitidamente, no semblante, além de não saberem o samba, a evolução era lenta. Óbvio que não é generalizando, mas a maior parte da comunidade desfilou desse jeito.

Samba-enredo

O mais interessante do samba, é a ambiguidade da letra. O hino começa com um culto à orixá, que é Oxum e, logo após, entra no catolicismo, onde se fala do batismo de Jesus Cristo no sagrado Rio Jordão. Na segunda parte, após o refrão, cita o orixá Oxalá. Então, essa mistura entre o afro e uma parte do catolicismo, foi algo interessante de se observar dentro da letra

O carro de som, liderado pelo intérprete Daniel Collete, teve um desempenho satisfatório. O experiente cantor é forte em fazer as ‘antecipações’ dentro do samba. Em mais um desfile, Collete conseguiu executar.

Fantasias

Como dito anteriormente, a comissão de frente impressionou com as suas fantasias. Principalmente a dos integrantes vestidos de azul com vestido claro, fazendo movimentos e dando um belo contraste na pista. Outro grande destaque para as fantasias, vai para as vestimentas das baianas. Elas vestiam Oxum em um dourado fortemente brilhoso. São as duas melhores alas em questão de roupas. Porém, ao todo, a Pérola Negra foi com um conjunto de material simplificado. Aparentemente, dentro das alas normais, não quiseram ousar e, apenas, cumprir o que o regulamento manda.

Alegoria

A primeira alegoria, representou o “Esplendor do templo do Deus Sobek ás margens do Rio Nilo”. Um abre-alas com crocodilos na frente, junto ao letreiro da escola. Presença de led simbolizando a água e escultura realista simbolizando o Egito. Cada detalhe e adereço muito bem feito. O abre-alas foi outro ponto positivo do desfile

O segundo carro, simbolizou “O templo da deusa Ganga”, feito todo em lilás com brilho e uma escultura central de um homem.

Fechando o desfile, a terceira alegoria consiste no Rio Oxum e ao Rio Paraíba do Sul. O carro levou uma grande escultura de Nossa Senhora de Aparecida e Oxum carregando um filho pequeno. Outra bela ação para unificar as religiões.

Outros destaques

A bateria da escola, que é regida pelo mestre Fernando Neninho, mostrou cadência e grande destaque nas caixas. Tal naipe mostrou uma forte imponência dentro do desfile. A bossa destaque vai para o refrão principal, onde a bateria faz uma paradinha junto ao carro de som, apenas deixando os atabaques tocando, fazendo os componentes da Pérola Negra cantarem a uma só voz.

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