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Com os pés no chão, Tijuca usa ensaios de comunidade para acertar quesitos antes de ir para a rua

Por Gabriella Souza e Guilherme Ayupp

A Unidos da Tijuca é a escola mais bem sucedida dessa década no Grupo Especial. Conquistou três títulos e tem buscado reencontrar o seu norte para reencontrar o caminho das primeiras colocações. A esperança de um resultado melhor, após o injusto sétimo lugar em 2019, parece clara no semblante dos componentes, animados com a volta de Paulo Barros, e com o samba que se ouve fácil na voz da escola inteira, ainda mais com o toque diferenciado da bateria Pura Cadência. Abaixo, você confere a análise do site CARNAVALESCO.

Samba-Enredo

O samba encomendado mostrou sua qualidade. A composição é bem linear no corpo, mas que proporciona um refrão explosivo. Wantuir, que retornou a escola este ano, mostrou que casa perfeitamente com o samba. Canta fácil e com leveza o samba inteiro junto com seu carro de som, harmônico e firme. O refrão é de arrepiar, a comunidade faz o samba crescer quase como em um clímax, de vozes gritadas e mãos para o alto, os componentes saúdam o novo canto da Tijuca.Se o resto do samba conseguir manter o nível do refrão contagiante, ele poderá levar a escola a um desfile impecável.

“É a minha primeira experiência com um samba encomendado. Mas eu acho essa obra muito bonita, os refrões são muito chamativos para o canto da comunidade. Acredito que vá impulsionar muito bem um grande desfile da nossa escola. Estou muito satisfeito”, revela o intérprete Wantuir.

Harmonia

A escola se mostrou entrosada no canto e já familiarizada com o samba, poucos liam a letra. Mas todos levavam na ponta da língua o refrão principal. Muitos com sorriso no rosto e samba no pé demonstraram grande alegria no começo. Para o meio do ensaio a animação foi esfriando, o que é normal, mas tem que se estar atento já que os componentes devem conseguir segurar o samba com constância. Exceto no refrão, momento em que a bossa da bateria faz a chamada para o canto dos componentes. Todos se animam novamente, cantam com vigor e nas alturas. Quem não saiu pingando de suor não ensaiou.

“Não estou satisfeito ainda. Sendo sincero acho que ainda estamos distantes do ideal. A bateria no centro da quadra foi um teste que fizemos para esse ensaio, mas não sei. Se por um lado foi bom para os componentes, os cantores ficam distantes e acaba interferindo na harmonia de canto. Eu quero estar no ponto quando sairmos para a rua no dia 2 de janeiro”, analisou o diretor de carnaval Fernando Costa.

Evolução

A escola dispôs a bateria no centro da quadra e as alas foram evoluindo ao redor dos ritmistas na parte coberta já que chovia bastante. A medida se mostrou acertada do ponto de vista da fluência da evolução, pois perto da bateria os componentes dançavam e evoluíam com muita desenvoltura. Algumas alas com pouquíssimos componentes se equilibraram com outras mais cheias. O que foi difícil foi ver alguém sem a camisa da escola, a grande maioria estava uniformizada.

Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Alex Marcelino e Raphaela Caboclo usaram o ensaio para fazer marcação de tempo e espaço e evoluíram à frente das alas, intercalando a dança com a exibição do pavilhão para o público que assistia o ensaio nos camarotes. Os dois demonstram um grande entrosamento e cumplicidade, fator fundamental para um bom casal. A sutileza da coreografia sem perder a técnica, ambos com constante sorriso no rosto. A coreografia ainda parece estar em formação, ele demonstra mais movimentos ensaiados e
perspicácia nos giros sucessivos e certeiros. Ela mostra segurança ao segurar o mastro com técnica.

Bateria

Foi possível notar durante o treino que a bateria vai implementar uma paradinha funk no trecho que fala da favela no samba. A organização é tamanha que é possível escutar cada naipe com perfeição, destaque para tamborim e chocalho que executam o desenho com sincronicidade. Além disso, a Pura Cadência deve adotar um andamento um pouco mais na frente esse ano, nada que descaracterize o DNA histórico, como explica o mestre Casagrande.

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