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Com o samba no pé e na boca da multidão, Mangueira reina na rua sob a regência do casal e da bateria

Com a Visconde de Niterói lotada de ponta a ponta, a Verde e Rosa fez seu ensaio de rua com vibração da comunidade, canto muito forte e um show do primeiro casal

A Mangueira fez o terceiro ensaio de rua na preparação para seu desfile no Carnaval 2025, quando apresentará o enredo “À flor da terra – No Rio da negritude entre dores e paixões”, desenvolvido pelo carnavalesco Sidney França. Na noite do último domingo, a Verde e Rosa continuou mostrando a explicação que Lequinho e parceiros escrevaram no samba “dona das multidões”. Um mar de gente ocupou a Rua Visconde de Niterói e acompanhou um ensaio de canto forte e bastante organizado. O casal de mestre-sala e porta-bandeira foi um dos grandes destaques da noite e dançaram como se convidassem o público a se entregar ao ritmo da escola.

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Era gente para todo lado. Concentração lotada. Ao longo da pista, a grade estava disputada e com fileiras de pessoas. Na dispersão, parecia que todo mundo resolveu assistir ao ensaio da Mangueira. Muita gente, que só ajudou no ensaio. E as pessoas foram recompensadas com bossas e apagões da bateria, com muito samba dos passistas e das musas e ainda uma aula de ritmo no corpo da rainha Evelyn Bastos.

Quanto mais pessoas gritavam por eles, mais sambavam e garantiam seus segundos de glória sambista nos vários registros que o público fazia. O carnavalesco Sidney França, que vive seu primeiro ano no carnaval carioca, estava presente e falou da emoção e de ver os mangueirenses enchendo a rua:

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Fotos: Allan Duffes/CARNAVALESCO

“Um carnaval é feito de fases, de camadas, de etapas. E essa é especial porque eu saio do enclausuramento de um barracão e venho para rua, onde a comunidade da Mangueira pulsa. Eu volto amanhã para o barracão com uma responsabilidade redobrada de dar conta do sonho de uma comunidade gigantesca. Então, para mim, é muito emocionante estar hoje aqui. Eu já tinha vindo em outros anos, em outros ensaios. Muitos anos atrás. Eu já tinha dimensão. Mas é muito diferente você ter a percepção de que um projeto seu é acolhido por uma comunidade”.

Para realizar o sonho da comunidade com o Sidney, os quesitos da Mangueira trabalham. O diretor de carnaval Dudu Azevedo falou ao CARNAVALESCO sobre suas impressões do ensaio deste domingo: “Dos três, como sempre, é um ensaio que tem que evoluir. E a gente viu hoje muita evolução do último ensaio. Isso é muito bom para a gente. Então a gente está evoluindo e acertando. Amanhã (hoje) tem reunião no barracão, a gente bate um papo, acerta os pontos e faz um ensaio melhor no domingo que vem”.

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Comissão de frente

Coreografados por Lucas Maciel e Karina Dias, a comissão de frente apresentou o número estreado no desfile da Cidade do Samba, em celebração ao Dia Nacional do Samba. O grupo formado por 15 homens, esteve trajado com calça em estamparia africana e não faziam uso de camisas, mas o corpo estava pintado com detalhes em tinta brilhante dourada. Na dança, muita coordenação e sincronia e cantam o samba de ponta a ponta, na mesma força que fazem seus movimentos. É um belo número.

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Mais um show do casal “Furacão”, Matheus Olivério e Cintya Santos. Nesta apresentação, o mestre-sala comandou o show com gestos, como se estivesse conduzindo a escola e o canto do público. Ele se encarregou de chamar a atenção para os movimentos da porta-bandeira. Cantou o samba interpretando a letra e dançou com a qualidade de sempre. Matheus estava em sinergia com o público. Cintya, com bandeiradas, giros e inclinou a cabeça para dançar. Fez seu show, integrada à exibição de seu parceiro. Ela tem classe. No final da apresentação, a parada que eles dão para o trecho “sou a voz do gueto”, traz o samba para o casal e os coloca em posição de donos do show. A roupa do casal é de muito bom gosto. Belíssima.

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Samba

O samba da Mangueira vai crescendo nas apresentações e o público canta mais a cada semana. Muito bem conduzido pelos cantores Marquinhos Art’Samba e Dowglas Diniz e com bossas contagiantes da bateria, a obra vai levantando o povo enquanto é cantada. O refrão do final e o principal, são os mais cantados e o trecho mais querido pelo público.

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“Cada ensaio que a gente faz, a gente conversa com as pessoas, e todo mundo entende que o samba está mais gostoso de cantar e encantar quem está do lado. As pessoas brincam com quem está na grade. Isso é importante, e isso que é carnaval. Está muito legal isso", falou o diretor de carnaval Dudu Azevedo.

Harmonia

Antes de começar o ensaio, foi repassado aos componentes os movimentos que deveriam fazer durante a passagem da Mangueira pela Visconde de Niterói. E os componentes se mostraram muito bem ensaiados em cada trecho do samba. Ligados nas coreografias, mas sem perder o canto, a apresentação da Verde e Rosa se mostrou linear, forte e empolgada em todas as alas. Quando os cantores jogaram o samba para os desfilantes cantarem, os mangueirenses seguraram na voz e ajudaram a manter o espetáculo na apresentação.

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Evolução

Passagem muito tranquila da Mangueira no ensaio do último domingo. As grades colocadas para separar público e componente ajudaram na organização da escola que evoluiu brincando e com os componentes soltos. Do início ao fim, a procissão da Matriarca das Paixões foi pulsante e com integração entre escola e público.

Outros destaques

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A bateria, dos mestres Rodrigo Explosão e Taranta Neto, garante o show em cada apresentação da Mangueira. As bossas executadas chamam ainda mais o público e ajudam na explosão do canto. O público ficará na expectativa de, em 2025, o apagão feito nos ensaios para que a escola cante o samba, seja levado para o desfile. É sempre de arrepiar ouvir a comunidade da mangueira cantando o samba na paradona da bateria.

A rainha da bateria Evelyn Bastos conduz o público na energia de seu samba. Em cada apresentação, ela prova que não é só a Rainha do Samba no Pé, mas também tem realeza no ritmo. O público se entrega à dança de Evelyn e aplaude com muito vigor a apresentação da rainha.

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