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Com o povo cantando na rua, Imperatriz faz o último ensaio do ano, embalada pelo samba e pela bateria

Pitty de Menezes e Mestre Lolo comandaram mais um show da escola em Ramos

A Imperatriz segue mostrando sua força semana após semana. No final da tarde do último domingo, em mais um ensaio na Rua Euclides Faria, no bairro de Ramos, a escola teve um ótimo desempenho no canto de seus componentes. Nem o forte calor desanimou os desfilantes, que tiveram uma evolução solta e alegre. O samba-enredo, muito criticado no momento de sua escolha, continua tendo um rendimento excelente, muito por conta da atuação do intérprete principal Pitty de Menezes e da bateria de Mestre Lolo.

Pouco antes do início do ensaio, João Drumond, filho da presidente Catia Drumond, fez um discurso para a escola, agradecendo o título deste ano e passando energia para alcançar o sonhado bi-campeonato:

“Muito obrigado pelo ano maravilhoso que vocês proporcionaram à Imperatriz Leopoldinense. Nós conseguimos encerrar um tabu , um hiato de 22 anos sem ganhar um campeonato. Foram vocês que trouxeram esse título para Ramos. Nós temos muito a agradecer e festejar hoje. Mas muito para pedir também, muito para sonhar. Nós teremos muito para realizar no ano que vem. Vamos nos permitir sonhar com um ano melhor ainda em 2024. Serão vocês, segmentos, comunidade, que ralam o ano inteiro por essa escola, que darão fim a mais um hiato. Desde 2008, uma escola não é bi-campeã. Chegou a vez da Imperatriz ser bi-campeã do carnaval. Vamos com tudo!”

No carnaval de 2024, a Imperatriz Leopoldinense irá fechar o domingo de desfiles do Grupo Especial. A escola levará para a Sapucaí o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, do carnavalesco Leandro Vieira.

Comissão de Frente

Novamente abrindo o ensaio, o coreógrafo Marcelo Misailidis trouxe seus bailarinos, compostos por quatro casais de homens e mulheres, totalizando oito componentes. Elas vestiam saias longas estampadas, tops e lenços na cabeça. Os homens vieram com calças brancas e camisas do enredo. A apresentação, criada especialmente para os treinos, foi marcada por passos referentes à cultura cigana e movimentos acrobáticos. Chamava bastante atenção o belo efeito das saias durante o número. Alternando momentos em dupla e momentos em grupo, todos mostraram muita força e sincronia.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Phelipe Lemos e Rafaela Teodoro, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz, seguem exibindo uma dança tradicional cada vez mais apurada e entrosada. Foi bem marcante a força e a velocidade dos movimentos da dupla. Também impressionou o canto dos dois, especialmente de Phelipe, que parecia passar energia tanto para sua dupla, quanto para os componentes da escola. Além disso, a troca de olhares, os sorrisos, e a graciosidade nas interações estiveram presentes durante toda a apresentação. Rafaela usava uma saia branca com panos coloridos pendurados, o que deu um brilho a mais no momento dos giros.

Harmonia

O povo da Imperatriz está cantando muito. É interessante perceber que os desfilantes não confundem cantar com gritar de forma exagerada. Todos com o samba na ponta da língua. Não deu para perceber ninguém de boca fechada. Os refrãos da obra são o ponto alto do canto. Especialmente o último “O que é meu é da cigana/O que é dela não é meu/Quando chega fevereiro meu caminho é todo seu”, marcado por palmas da comunidade, e o principal “Vai clarear/Olha o povo cantando na rua/A Imperatriz desfila com a sorte virada pra lua”. Impressionante a força desse momento. O entrosamento com o carro de som e bateria se mostrou excelente, gerando uma unidade perfeita na escola.

Em entrevista ao Site CARNAVALESCO, o diretor de harmonia Thaigo Santos falou sobre o desempenho da escola no canto: “O resultado está ficando ótimo. É um trabalho que a gente faz de ensaio a ensaio. Claro que ainda podemos melhorar, porque queremos estar prontos para o ensaio técnico e no dia do desfile. Mas já percebemos um canto muito forte da comunidade. Agora é seguir trabalhando, massificando esse canto, para a gente fazer bonito lá na frente”.

Evolução

Uma escola que se mostrou alegre, solta e vibrante. Não se notou nenhum tipo de buraco entre os componentes. Todas as alas do cortejo leopoldinense com bastante leveza para brincar o carnaval. Mas também com muita energia e garra para defender os quesitos. Uma combinação perfeita para a nova forma de desfilar da escola. Algumas alas levaram adereços de mão, como leques e balões, e fizeram coreografias em determinados trechos do samba-enredo. O efeito deixou a apresentação ainda mais vistosa. As palmas da comunidade durante o último refrão, acompanhadas até por algumas das pessoas que assistiam o treino, mostram que isso pode causar um grande impacto no desfile oficial.

O diretor de carnaval Mauro Amorim destacou a mudança que a agremiação fez no seu estilo de desfile, em entrevista ao Site CARNAVALESCO: “Estamos cada vez melhores. A comunidade vem abraçando essa nova forma de desfilar que a escola propôs há alguns anos. Um desfile mais solto, mais alegre, sem aquelas amarras de antigamente. A gente está em um caminho muito bom. Acredito que vamos conseguir novamente mostrar no desfile a nossa força”.

Samba-enredo

Se no momento de sua escolha, o samba gerou desconfiança, isso já não existe mais. É impressionante notar como a junção foi bem feita. Não há qualquer estranhamento com a obra durante o canto. A letra traduz muito bem os aspectos da cultura cigana. A melodia, com variações muito bonitas, deixa o samba muito leve. Seu rendimento é excelente, impulsionado pela atuação marcante do cantor principal Pitty de Menezes, junto ao seu carro de som, composto também por um violino, que dá um toque bem especial.

Em entrevista ao Site CARNAVALESCO, Pitty falou sobre o entrosamento com seu carro de som e comunidade: “Nosso time é maravilhoso. Temos muitos músicos de talento no carro de som. Tudo fica mais fácil com esses caras. E o entrosamento com a comunidade está incrível também. Todos cantando o samba com muita força e com muita alegria, o que deixa a gente muito feliz com o trabalho. Tenho certeza que esse samba vai explodir na Sapucaí. É um samba fácil, até mais tranquilo de cantar que o desse ano, que já foi ótimo. Acredito muito que o público virá junto com a nossa escola no desfile”.

Outros destaques

A bateria “Swing da Leopoldina”, sob o comando de Mestre Lolo, teve mais um grande desempenho. O andamento escolhido se mostrou perfeito para a escola cantar o samba e brincar bastante ao mesmo tempo. As bossas são um show à parte. Principalmente, a que simula uma seresta, na primeira parte do samba, com a inclusão do solo de violino. Nos momentos em que a bateria para de tocar, a comunidade deixa ainda mais claro que o sonho do bi-campeonato é muito real.

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