O segundo carro da Estácio de Sá é o “Um encontro no Céu”. A alegoria representa a amizade de São Luís e São João selada quando os dois se encontram em um céu repleto de estrelas. Os destaques centrais Zezito Ávila, Waldeck e Rômulo interpretam, respectivamente, Santidade, São Luís e São João Batista e os outros integrantes da composição desfilam de anjos.

Para encenar essa aproximação entre as figuras divinas, foi construído um Céu todo em branco e prata com uma escultura de um anjo na frente do carro. O brilho da alegoria fica a cargo de cascata de espelhinhos cortados em retângulos partindo das plataformas dos componentes mais altos. O colorido vem dos desfilantes que ficam na frente, no primeiro andar. Uma desses desfilantes é Telma Fonseca, de 44 anos.

“Eu estou essa alegoria linda. Ela está no prata, mas quando todo mundo subiu no carro deu um colorido lindo! O Céu é tudo e todo mundo quer chegar lá, procurando ser uma boa pessoa e ajudando o próximo”, disse a componente.

Nas laterais dos carros, anjos coreografados em branco e com maquiagem bem marcada compõem a imagem desse Céu festivo idealizado pelo carnavalesco Mauro Leite. Como o enredo é essa provável amizade, os anjos são não só amigos na arte como também na vida. Luiza Narcísio, de 22 anos, está desfilando pela primeira vez na Sapucaí e veio com uma amiga do peito do seu lado.

“Eu estou muito animada e honrada. É a primeira vez que eu vou desfilar no carnaval do Rio, no Sambódromo, e estou muito feliz que seja pela Estácio, primeira escola de samba e berço do samba. O coração está batendo forte. A minha melhor amiga está aqui do meu lado e para mim isso representa muito”, contou Luiza.
O clima de amizade realmente cercou o carro. Do outro lado da alegoria, Henri Salgado, de 27 anos, também estreante, se apresentou ao lado de uma amiga de longa data.

“É alguém que está sempre do meu lado e me apoia seja no momento bom, seja no ruim. É um laço que nós criamos ao longo da vida”, declarou o componente. Este carro veio logo após as baianas que estavam tradicionalmente vestidas de branco. Deste modo, foi possível ver um tapete branco construído nesse setor para coesão estética.