O carnaval de São Paulo tem passado por meses de conversas visando mudanças no regulamento, a cada ciclo definem algum quesito. Um dos que já foi ajustado foi o quesito Samba-Enredo junto com os profissionais de som das escolas, os presidentes, e, claro, representantes da Liga-SP. A inclusão foi do carro de som, que agora será julgado no quesito samba-enredo.
Desde o fim dos anos 80 desfilando em carro de som, Douglinhas Aguiar, que faz dupla com Serginho do Porto na Águia de Ouro, comentou um pouco sobre o processo que foi realizado para a mudança no quesito.
“Participei, fui um dos convidados a fazer parte da comissão. Cada escola mandou um representante para montar uma comissão e discutirmos, não é um quesito tão fácil, mas acho que o caminho está certo, conseguimos dar um norte para esse quesito. Estava todo mundo reclamando, não estava agradando ninguém na verdade, e ano que vem o carro de som será avaliado”.
Outro nome bem experiente do carnaval de São Paulo, Ernesto Teixeira, dos Gaviões da Fiel, está desde 1984 na agremiação, e em conversa com o site CARNAVALESCO, aprovou mudanças que estão sendo feitas no carnaval visando 2024.
“Positividade para todo mundo que está nos ouvindo. Estamos acompanhando, todas as mudanças são bem-vindas, o carnaval precisa crescer, ser arejado, tenho acompanhado através da comissão de carnaval dos Gaviões, da qual faço parte, e a gente torce para que essas decisões realmente quando colocadas em prática tragam a transformação que o carnaval precisa”.
Ernesto Teixeira ainda completou falando sobre o contexto geral das mudanças: “Participei através da diretoria de comissão dos Gaviões, como intérprete, é importante, não só a ala musical, não só samba-enredo, como o aspecto da dança que já acontece no casal de mestre-sala e porta-bandeira com a própria bateria, devido ao grande crescimento, emparelhamento dos quesitos, é preciso mecanismos que ajudem a diferenciar uma escola da outra, o que não significa que uma escola vai ser pior, uma escola vai ser melhor. Esse é o detalhe”.
Os ajustes no regulamento também geram adaptações das escolas, o Vai-Vai está de volta para o Grupo Especial, após vencer o Grupo de Acesso I pela segunda vez. Pois o intérprete Luiz Felipe, nascido em 1994, quando Douglinhas e Ernesto já cantavam por suas respectivas agremiações, tem feito seu nome desde que assumiu o microfone oficialmente em 2020 e revelou reforços no carro de som para o próximo carnaval.
“Participei um pouco, deixamos os órgãos mais competentes da escola participar. O Rio de Janeiro, se não me é engano, já é julgado, e aqui não seria diferente, demorou para acontecer isso. Agora é aperfeiçoar mais do que já estávamos, fizemos duas contratações para a ala musical, Thiago de Xangó e a Karina Salles, esposa dele. Vamos trabalhar firme para tirar nota máxima em tudo, inclusive no carro de som”.
Outro nome que está há um longo tempo na estrada como intérprete paulista, Darlan Alves, vai estrear na Terceiro Milênio em 2024, onde disputará o Grupo de Acesso I. São 20 anos, e muitas mudanças no regulamento de lá para cá, e em conversa com o carnavalesco deixou sua análise.
“Na verdade, já venho de uma fase do carnaval, onde praticamente tinha um critério de julgamento que avaliava outros critérios. Vai ter uma adaptação, já que ele está aí, temos que nos adaptar e trabalhar mais, onde vamos fazer de tudo para cumprir o critério. E trazer as notas para que a escola juntamente com os outros quesitos, a gente possa gabaritar, trazer 40, ou 30 que a escola precise”.
Os quesitos que foram debatidos até o momento são Samba-Enredo, Enredo, Fantasias, Alegoria, por último Mestre-sala e Porta-bandeira. As conversas continuam e só serão oficializadas cada mudança nos quesitos após todos serem debatidos.