O Salgueiro escolheu falar de resistência e negritude, e deu conta do recado. O carnavalesco Alex de Souza buscou que mesmo diante de tudo que já passaram e ainda passam, o povo negro resiste e luta para preservar sua cultura. A escola apresentou fantasias e alegorias lindas e muito bem acabadas. A agremiação teve alguns problemas com harmonia e precisou dar uma acelerada no final, mas ainda assim, o presidente André Vaz e o diretor de carnaval, Alexandre Couto, ficaram contentes com a apresentação.
“Muito bom, com o pessoal cantando com muita garra. Foi o que esperávamos e vamos aguardar. O canto estava muito forte e a Sapucaí acompanhou”, declarou André Vaz, em entrevista para o site CARNAVALESCO.
“Eu não sou de fazer promessa, mas eu fui em Aparecida dia 12 e fiz um pacto com ela por causa da harmonia. A harmonia do Salgueiro é gigante. O Salgueiro estava preparado para o público, o Salgueiro fez carnaval para o povo. O povo merece o carnaval e merece o Salgueiro”, disse o diretor de carnaval, que estava emocionado e não conteve a emoção.
Marcella Alves e Sidclei formam um dos maiores casais de Mestre-Sala e Porta-Bandeira do carnaval do Rio de Janeiro. A dupla veio lindamente vestida nas cores da escola representando a tradição de ancestralidade da agremiação. O casal passou de forma brilhante pela avenida e apresentou uma das coreografias mais difíceis.
“Foi ótimo. É maravilhoso pisar na avenida depois de dois anos e receber essa energia. Eu acredito na décima estrela. Melhoraram a pista e estão de parabéns. Fiz tudo o que queria e mais um pouco”, disse Marcella, que estava radiante.
“A gente sempre tenta superar o ano anterior e conseguimos. Nós fizemos o infinito, que é um dos passos mais difíceis, ficamos quase quatro meses para pegar. Executamos tudo que ensaiamos. Na fantasia a gente buscou vir mais tradicionais porque eu sempre sonhava com uma roupa dessa. Estou fazendo uma homenagem para os antigos e grandes Mestre-Sala”, declarou Sidclei.
A bateria Furiosa é sempre um dos quesitos mais fortes da escola e nunca decepciona. O trabalho dos Mestres Guilherme e Gustavo levantou a Marquês de Sapucaí. Eles apresentaram três bossas que foram executadas com perfeição, encaixando muito bem no samba, que foi puxado pela dupla Emerson Dias e Quinho.
“Pra gente, foi perfeito. Agora vamos ver as notas, mas a gente sai com o sentimento de que fizemos tudo que a gente se propos. Que energia com a galera cantando, a gente se divertiu e melhor que isso, só sendo campeão”, declarou mestre Guilherme.
“Mais uma vez, o Salgueiro foi surpreendente. Foi um desfile quente, alegre e acho que o povo comprou nosso barulho. Foi muito legal. Talvez muitas pessoas não esperava, mas nós esperávamos que o samba ia corresponder bem e aconteceu”, disse Emerson Dias.