O Grupo Especial recebe novamente após 12 anos uma de suas personagens mais marcantes. Nove vezes campeão do carnaval paulistano, o Camisa Verde e Branco retorna demonstrando vigor no minidesfile realizado na Fábrica do Samba em dezembro como parte da Festa do lançamento dos Sambas-Enredo do carnaval de 2024.

Imponência de uma escola tradicional

O público que compareceu à Fábrica do Samba se empolgou ao ver o tradicional Camisa cantando forte e evoluindo bem ao som do animado samba da escola. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, o vice-presidente João Victor Ferro garantiu que se tratou apenas de uma amostra do que a comunidade da Barra Funda levará ao Sambódromo do Anhembi.

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“Podem esperar um Camisa Verde muito valente, muito opulente. Uma escola forte, com vontade de ficar e vontade de vencer, e que pudemos mostrar aí hoje. Com um samba de garra, de pegada, com uma evolução pesada, de harmonia forte e imponente. Acho que esses são os principais pontos que estamos trabalhando para levar para a Avenida”, declarou o dirigente.

Resgatar a confiança de uma comunidade com um passado de tantas glórias faz parte de um trabalho ao qual João Victor aposta com confiança.

“É trabalhar a comunidade. A galera gosta de ser abraçada e ser bem-vinda dentro de casa. Estamos fazendo um trabalho de resgate e a escola está apostando no projeto. Uma escola apostando e acreditando no projeto torna o trabalho meio que automático, com as coisas acontecendo em cima desse tipo de tratamento que temos com a comunidade”, completou.

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Saudade das arquibancadas do Grupo Especial

Em seu terceiro ano como carnavalesco do Camisa, Renan Ribeiro estava radiante após o minidesfile da escola. Imbuído de felicidade, o artista falou dos elementos fundamentais para a Verde e Branco fazer um bom desfile na abertura do Grupo Especial em 2024.

“Uma das armas secretas para a escola de samba abrir o desfile de São Paulo, pegando a pista zerada, é você ter uma grande comunidade, uma grande bateria, um grande samba-enredo. Eu acho que essa é a lição de casa que o Camisa está fazendo, estamos trabalhando muito para isso. Mas poucas escolas talvez tenham a condição de abrir o carnaval de São Paulo com uma arquibancada com tanta saudade como a arquibancada está sentindo do Camisa no Grupo Especial, e a gente tem trabalhado muito, incansavelmente. Se eu posso te falar que eu acho que o grande segredo do Camisa é essa expectativa que durante 12 anos foi guardada na escola e agora a gente viu hoje aqui a escola passar cantando muito, valente e feliz. Eu acho que esse talvez seja o segredo do Camisa, ter uma comunidade que está engasgada, que está voltando depois de 12 anos, para poder justificar 70 anos de história de uma escola de samba gloriosa”, afirmou o carnavalesco.

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Renan Ribeiro afirmou que os trabalhos em torno da construção do desfile do Camisa seguem constantes, e que a equipe procura conciliar o atual cenário ao qual o Grupo Especial se apresenta na atualidade com as expectativas geradas pela comunidade.

“O Camisa é uma escola que publicamente tem algumas dificuldades. Temos trabalhado incansavelmente, 12, 14. 16 horas por dia. O barracão, os ateliês trabalhando para a gente fazer um carnaval que consiga acima de tudo unir essa valentia e esse carnaval até saudosista que o Camisa gosta de fazer. Há um regulamento mais técnico, há um julgamento mais criterioso, muito diferente de 12 anos atrás quando desfilou no Grupo Especial. Então, a gente tem trabalhado para poder unificar essa parte técnica de julgamento com a parte de uma escola absolutamente emocionada”, concluiu.