Segunda escola da noite, o Camisa Verde e Branco teve alguns problemas com a plástica e iluminação das alegorias. Ala das crianças e harmonia foram destaques.
Comissão de frente
Coreografada pelo Robson Bernardino, a comissão de frente do Camisa Verde e Branco veio composta por Curandeira/Rezadeira, Índios/ Místicos e Seres das Matas. Os bailarinos que representavam os Índios, traziam em suas costas animais da fauna, e isso causou uma espécie de “coreografia mútua”, independente se olhava de frente ou costas, causava a mesma sensação. Coreografia distinta apresentada pela comissão.
A coreografia contou com a interação ao público, requisito exigido em regulamento, especificamente no trecho “Axé meu Camisa, AXÉ”.
Mestre-Sala e Porta-Bandeira
O Emerson Ramires e a Janny Moreno, primeiro casal da escola, entraram na avenida representando o símbolo maior da escola, com a fantasia intitulada como: “Trevo, a erva sagrada e a fé cristão”.
Na própria fantasia da Janny continha as fotos de personalidades do samba. No braço esquerdo, continha um adereço que representava um terço. Outro destaque também pro quesito foi as guardiãs do casal, mulheres que também seguravam terços.
No trecho: “Clareia”, o casal fez uma coreografia específica, batendo com os pés no chão. Ótimo entrosamento e criatividade com os passos. Cumpriu com todos os requisitos do regulamento.
Enredo
A escola apresentou o enredo: “Rezadeiras: Na fé do trevo, eu te benzo, na fé do trevo, te curo”, tema que buscou realizar uma grande homenagem às rezadeiras (mulheres que buscam a cura através da fé e reza).
Pra simplificar a absorção do tema ao espectador, a escola dividiu o seu desfile em três atos. O primeiro busca familiarizar o sambista com o ambiente das rezadeiras, por isso nota-se terços, água e até ervas, representada na ala 4 (Ervas de Benzer).
O que facilita a compreensão pro restante do desfile, como a representação dos caminhos que as benzedeiras fazem para alcançar as bênçãos de Deus e o paralelo que a escola faz entre as bênçãos nos terreiros para o templo do samba. Nessa parte final, a escola trouxe uma homenagem à Estação Primeira de Mangueira, que é a escola madrinha do Camisa, e abençoa as agremiações que é madrinha.
Fantasias
Por ser um tema que fala muito sobre a natureza, e no próprio enredo tem uma homenagem ao “trevo”, as fantasias da escola trouxeram uma diversificação da cor verde. Pra alcançar uma espontaneidade do componente no início do desfile, todo o primeiro setor esteve com fantasias mais leves, sem costeiro, sem adereços de mãos. Aliás, a escola não optou por usar qualquer objeto nas mãos dos desfilantes.
Um destaque ficou por conta da ala 10 (afilhadas), que é uma homenagem às escolas que o Camisa Verde Branco é madrinha (como a Colorado do Brás, Império de Casa Verde e Imperador do Ipiranga)
As fantasias foram bem distribuídas, elementos de composição (como plumas, penas) não tiverem repetições logo em sequência. O que visualmente ganhou destaque.
Alegorias
As alegoria da agremiação apresentou alguns problemas de plástica e problemas com as luzes. O abre-alas e a última alegoria estavam com parte da iluminação apagada.
A escola entrou com três alegorias no desfile. A primeira apresentou uma grande presença de elementos de florestas, uma representação à fauna e a flora. O carro foi composto por uma estrutura central e um tripé logo na frente.
Já a segunda alegoria representa a materialização da fé, ela fez referências aos altares das casas das rezadeiras, com todo o sincretismo. E, na terceira, toda a estética faz uma alusão às escolas de samba, e as cores presentes são da própria escola.
Harmonia
A escola teve um desempenho tranquilo. Algumas alas cantaram forte o samba, e corresponderam aos apagões propostas pela bateria.
Samba
O intérprete Tiganá estava solto. Dançou, andou e evoluiu com a escola, e até interagiu com as arquibancadas. Musicalmente, o carro de som fez um desfile seguro, não utilizou muita variações vocais e seguiu um estilo de valorizar o samba.
Evolução
A escola ficou um tempo considerável parada enquanto o casal se apresentava na segunda torre de jurado, o que causou um pequeno acelerar na escola pra corrigir a questão. A entrada no recuo foi realizado sem problemas. Os componentes desfilaram soltos e evoluíam bem conforme desfilavam.
Outros destaques
A ala das crianças foi um destaque a parte. Todas as crianças surpreenderam pela animação, alegria e espontaneidade. Ver crianças no chão, e não em alegorias, é difícil de notar.