Um dos grandes fatos pré-desfiles do Grupo Especial de São Paulo se deu nas primeiras horas da noite de sábado – 10 de fevereiro. Cerca de três horas antes de entrar na avenida, o Vai-Vai, que inauguraria as apresentações, teve um princípio de incêndio no tripé da Comissão de Frente. Perguntado sobre esse e outros fatos acerca do desfile do enredo “Capítulo 4, Versículo 3 – Da Rua e do Povo, o Hip Hop: Um Manifesto Paulistano”, integrantes da Escola do Povo tiveram visões bem distintas. Confira as frases abaixo:

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Robson Bernardino, coreógrafo

“Na verdade, colocaram fogo no nosso carrinho. Acho que foi um boicote, mas o nosso assistente do carnavalesco viu e apagou. Depois, o pessoal do barracão refez. Mas não teve nenhum problema na nossa comissão além disso, não. Era uma opção estar acesa a palavra Hip Hop e optamos em não acender – isso, depois, não vai na pasta. Deixamos apagado por uma opção, mesmo, para não ter problema de apagar.
Não teve nenhum problema com relação ao elenco, a dança, tudo. Deu tudo perfeito, graças a Deus”

“Fizeram tudo certinho, a gente conseguiu demonstrar pro público que assistiu toda a evolução, a cronologia, o tempo do hip-hop dos anos sessenta com a banda; os anos oitenta e as batalhas; os anos noventa e aquele pessoal que parece do basquete, que é o pessoal do hip hop e tirou aquela roupa de agasalho apertado… já mudou um pouco o visual deles. Por final, a parte dos anos dois mil, a atualidade – onde a gente já trouxe mais uma coreografia mais rápida, mais do momento, vamos dizer assim”

Luiz Robles, diretor de Harmonia e de carnaval

“Eu estou emocionado porque esse Carnaval foi “um pouco bem difícil” para escola. A gente foi um pouco criticado por estar fazendo um manifesto, mas a gente conseguiu mostrar porque que a gente e o povo tem que respeitar a escola. Isso aqui é escola de samba, escola de samba de verdade”

“A gente não sabe porque pegou fogo do nada. A gente estava movimentando a alegoria e, de repente, ela começou a pegar fogo. A gente não sabe o que aconteceu até agora. Mas Exú está sempre com a gente, abrindo os caminhos. Aa gente conseguiu recuperar o piso e, na pista, mostrar porque que a gente está aí e por que que a gente voltou para o Grupo Especial. Eu acho que a gente não tem que investigar não, somos a Escola do Povo. Vambora, carnaval está aí, vambora, vambora, vamos esquecer isso aí de boicote. A gente fez um carnavalzaço na pista”

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Luiz Felipe, intérprete

“Conseguimos fazer tudo, tivemos algumas pequenas dificuldades que tivemos que superar, mas conseguimos fazer tudo, graças a Deus. A gente está até aliviado porque foi um grande desfile, uma escola grande que fechou no tempo certo. Agora é esperar terça-feira. E, sobre o canto da escola e da arquibancada, a gente não precisa nem pedir: eles já estão com a gente. A gente faz por eles, o nosso combustível é eles, a gente faz por eles”

Mestre Beto, mestre de Bateria

“Cumprimos todos os critérios de balizamento, os compassos exigidos pela Liga-SP e os arranjos. Conseguimos ter uma bateria que terminou no mesmo andamento que a gente começou. Na minha avaliação, vou dormir tranquilo. Creio que meus ritmistas também vão dormir tranquilos. Achei que foi uma ótima apresentação da bateria e de toda a escola de samba. O Vai-Vai está de parabéns”

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Mestre-Sala e Porta-Bandeira

Renatinho Trindade: “Nossa mensagem foi passada. É um tema muito muito forte, é muito forte pro povo, e nós somos a Escola do Povo. Nos dedicamos muito pra passar a mensagem que estava com a gente”

Fabíola Trindade: “É Exu contando a história do nosso figurino. Ele vem para um palco que é a rua e, nesse palco, ele encontra uma arte que a gente chama de hip hop. Foi a aliança entre o hip hop e o samba – com a nossa Escola do Povo. No final, a gente saúda e dá uma grande festa. Deu tudo certo, o fim foi dentro do que a gente estava esperando. Acho que passamos a mensagem e isso foi o mais importante”

Fabíola Trindade: “A gente viu um retorno muito grande do público! Somos uma escola de muita torcida. Isso também foi um componente a mais para esse momento. A gente precisa sonhar, a gente precisa ser feliz – e o Vai-Vai tem uma grande responsabilidade com o carnaval de São Paulo. Voltamos ao Grupo Especial e não que as outras não passem a mesma mensagem; mas, para a gente, é algo muito maior: é trazer o povo pra essa grande festa que é o carnaval”