O site CARNAVALESCO visitou o barracão da Unidos de Vila Maria e conheceu o projeto de desfile da escola para o próximo carnaval. O enredo da agremiação se trata de uma homenagem a si própria e ao bairro. O tema é intitulado como “Vila Maria, Minha Origem, Minha Essência, Minha História! Muito Além do Carnaval”, assinado por Cristiano Bara. A equipe conversou com o carnavalesco da agremiação, que detalhou o enredo.
“A gente tem o nome do próprio enredo os quatros pilares que sustentam o nosso tema. A gente começa falando dos fundadores. A partir daí, contamos os momentos do bairro da Vila Maria, onde cita onde começou tudo na Rua Kaneda, depois no Sacolão e nesse caminho mostra a força do povo e da religiosidade com a igreja da Candelária. Depois a gente vai começar a contar nossa história a partir dos nossos enredos até chegar à obra social que a Vila Maria faz, contribuindo com o bairro e moradores”, explicou o carnavalesco.
Como surgiu
Segundo o artista, o presidente Adilson José foi o precursor da ideia do enredo. Dá para dizer que foi um acerto, pois a escola escolheu um grande samba e que está fazendo a comunidade cantar. A Vila Maria está levando uma identidade diferente para o próximo desfile. “O enredo para contar a nossa história surgiu do presidente. Ele falou comigo e disse que estava na hora, que a Vila já tinha uma história consistente e olhando para o Grupo Especial nós somos a escola mais antiga a desfilar e está na hora de mostrar para o mundo quem é a Vila Maria, de onde a gente saiu, de que forma cresceu e se desenvolveu. Se você pegar os anos 90 da escola, não tinha quadra. Tem um vídeo no YouTube que podemos ver o presidente em cima de um carro alegórico decorando para gente desfilar. A gente sabe que foi uma escola construída através da luta e do vislumbrar dos nossos fundadores do fato de entender em se juntar e fundar uma escola que no futuro colheria frutos e está até hoje sabendo que a comunidade veste a fantasia até hoje. Esse ano vai abraçar mais do que nunca porque temos um carnaval que conta a nossa própria história. Sendo assim nós cantamos o ‘meu eu’. Os componentes vão relembrar os enredos em que desfilaram lá atrás e isso vai fazer com que cantem com mais amor”, declarou.
Pesquisa de enredo
Por ser um bairro antigo e uma escola já com 69 anos de idade, se imagina uma pesquisa bastante complexa e difícil, visto que nos anos 60 e 70 não se faziam tantos registros como assim acontece nos dias de hoje. Porém, de acordo com Cristiano Bara, os relatos de pessoas e a assessoria de imprensa foram fundamentais para o sucesso. “Difícil não foi porque a gente conversou com o pessoal antigo da escola. Nós sentamos um dia e cada um contou uma história. Também tivemos ajuda da assessoria de imprensa, internet e alguns documentos que temos na escola. O principal é que nós pegamos o primeiro pavilhão da agremiação em que a escola se chamava “Unidos do Morro de Vila Maria”, que era verde e branco, até se transformar em verde, azul e branco que é o nosso atual”, disse.
Responsabilidade do carnavalesco
Por ser um enredo tão importante para a Vila Maria, contar a sua própria história exige bastante. É uma grande missão e talvez certa pressão em cima do carnavalesco que desenha todo o desfile. Entretanto, segundo o artista, o amor que ele tem pela agremiação supera tudo e, talvez, outro profissional não iria obter êxito. “A gente andou conversando porque qualquer carnavalesco que fosse contratado para desenvolver esse enredo, talvez não fizesse com tanto amor e carinho não com o que eu e nossa equipe estamos fazendo. É uma responsabilidade sim, mas é gostosa, porque eu vivi a Vila Maria. Eu já falei outras vezes que fui tratado pela fisioterapia da escola. Tive 15 sessões e provei do social. Eu já estou há dois meses aqui na Fábrica do Samba e a gente não consegue desgrudar. Todo mundo está grudado nesse projeto e preocupado com cada detalhe, porque queremos contar a nossa história com a maior maestria do mundo”, comentou.
Melhor momento
Todos os desfiles precisam impressionar de alguma forma para o título chegar, mas sempre há um ponto alto. De acordo com o artista, há vários, porém o abre-alas se destaca. Irá levar o céu para a avenida com os antigos fundadores da escola. “Tem momentos bem peculiares. A gente conseguiu alguns momentos que vai emocionar. Citar o Xangô da Vila Maria em um abre-alas, ter um anjo e um céu que traz de volta esses personagens que esteja provando desse sabor gostoso de um grande espetáculo disputado pelo mundo inteiro. A gente está vislumbrando porque teve eles lá atrás. São vários pontos que pegamos e as pessoas vão se emocionar à medida em que irão se reencontrar com a própria história”, avaliou.
Quinto desfile de Cristiano Bara
O carnavalesco chegou no ano de 2018 acompanhado de Fran Sérgio. Após, trabalhou com Alexandre Louzada e agora está desenvolvendo o carnaval solo pela terceira vez na agremiação. Bara falou sobre o sentimento. “É uma felicidade muito grande. Sempre sou muito bem recebido. O componente chega aqui na porta do barracão e eu deixo ver sem problema nenhum da mesma forma que eu mostro para a imprensa. Ele precisa conhecer a sua própria história para desfilar de outra forma. A gente vai para o samba, futebol, festa de natal e participamos de tudo”, disse.
Conheça o desfile
A abertura vai ser com o nosso primeiro pavilhão onde a gente vai ter o abre-alas logo depois.
Setor 2: Logo atrás do abre-alas vamos falar da essência, que são as personalidades da Vila Maria e os momentos que a Vila Maria vive. A gente tem a igreja da Candelária, o jogador Dener e momentos bem importantes”.
Setor 3: “Depois a gente passa para os enredos, vamos falar de Aparecida, China, Japão, circo, momentos de fé com os romeiros e vamos ter fantasias que tem costeiro e outras não. Vamos para o lúdico e a realidade. A gente vai ter uma celebração da história da Vila Maria”.
Setor 4: “Vamos para a parte social, que é o próximo setor. A gente fala que a Vila Maria é muito além do carnaval. A gente vai falar da fisioterapia, equoterapia e tudo que a gente faz para as pessoas viverem melhor”.
Ficha técnica
Quatro alegorias
2200 componentes
Diretor de barracão: Claudia Ribeiro
Chefe de ateliê: Vânia
Diretor de carnaval: Queijo
Carnavalesco: Cristiano Bara