Vice-campeã do Carnaval passado e perseguindo o 15º título de sua história, a Beija-Flor decidiu acolher a própria vocação para anfitriã e, a partir deste sábado, passará a receber em Nilópolis as escolas de samba coirmãs do Grupo Especial em megaensaios de rua. Batizado de “Encontro Quilombos”, em referência às origens afro das comunidades dessas agremiações, o projeto acontecerá na Avenida Mirandela, uma das principais do município da Baixada Fluminense, onde a azul e branca já costuma treinar. Já foram selecionadas três datas para a iniciativa.
Na primeira delas, 17 de dezembro, a Beija-Flor vai receber na Mirandela a Paraíso do Tuiuti. A convidada desfilará primeiro, com concentração marcada para às 18h, e a “Deusa da Passarela” realizará seu cortejo em seguida, a partir de 19h — o padrão será o mesmo nas outras ocasiões.
A seguir, em 7 de janeiro, será a vez do Império Serrano. No dia 21 do mesmo mês, a Portela irá ao encontro de sua afilhada. Neste fim de semana, especificamente, os ensaios técnicos na Marquês de Sapucaí já estarão acontecendo, sempre aos domingos: eles começam no dia 15 (com Tuiuti e Império Serrano) e vão até dia 12 de fevereiro (quando a Beija-Flor divide o último teste de luz e som com a Grande Rio).
Para o diretor de Carnaval da Beija-Flor, Dudu Azevedo, o projeto é uma oportunidade de aproximar as escolas, suas comunidades e seus artistas, sem perder o foco na preparação para os desfiles em fevereiro:
“A Beija-Flor é esse grande quilombo, tanto quanto as outras escolas. E trazê-las para Nilópolis é a nossa forma de demonstrar o quanto respeitamos e admiramos os trabalhos que elas fazem com suas comunidades”, diz Azevedo, complementando: “Além disso, a Mirandela é um palco tradicional do samba em Nilópolis. O público do município gosta do Carnaval e vai saber recepcionar nossas coirmãs calorosamente”.
Em 2023, a Beija-Flor apresentará o enredo “Brava Gente! O Grito dos Excluídos no Bicentenário da Independência”, dos carnavalescos Alexandre Louzada e André Rodrigues, em referência às parcelas da população que foram deixadas à margem da Independência do Brasil em 1822.
A Paraíso do Tuiuti, por sua vez, vai homenagear a Ilha de Marajó (PA) e o multiartista Mestre Damasceno. O Império Serrano vai destacar a trajetória do cantor e compositor Arlindo Cruz e a Portela, enquanto isso, vai focar em seu próprio centenário.