A bateria da Mocidade Independente de Padre Miguel, conhecida como “Não Existe Mais Quente” em tempos de Mestre André era considerada mais conhecida do que a própria escola. Ele é um dos mestres de bateria mais relembrados e exaltados na escola, já que criou junto dela as famosas ‘paradinhas’ e contribuiu para o amadurecimento de sua identidade rítmica. Na noite desta segunda-feira, o mestre foi homenageado no desfile que falou sobre Elza Soares.
Em 2019, o atual mestre de bateria Dudu realizou uma homenagem aos mestres mais notáveis da escola colocando seus rostos estampados nos instrumentos de sua bateria, Mestre André foi um deles. A tradição seguiu neste carnaval, porém com um toque especial, a bateria pisou na Sapucaí o homenageado em sua fantasia. Vestidos de Mestre André os ritmistas de Padre Miguel usavam um terno branco, estilo retrô com detalhes minuciosos, um colete de paetês, sapatos brancos, blusa sociais verde por baixo e um chapéu preto, figura em que o mestre homenageado foi mais relembrado.
Mestre Dudu ressaltou a relevância da homenagem, contou sobre a iniciativa das imagens dos mestres nos instrumentos e elogiou a fantasia de seus ritmistas.
“Estamos vivendo aqui um momento único com esse enredo da Elza que abre um leque porque ela teve uma passagem na vida do Mestre André. E o Jack teve essa sacada de nos colocar o homenageando. Essa ideia do rostos do mestres nos instrumentos eu tive ano passado com os rostos do meu pai (Mestre Coé), do Mestre André e do Mestre Jorjão e eu afirmo que enquanto eu for mestre isso irá permanecer, virou tradição. Todo mundo abraçou a fantasia, gostamos que não tem penas ou esplendor, facilita o trabalho” destacou.
Victor Oliveira é ritmista no naipe de tamborim, vai para seu terceiro ano desfilando na bateria e destaca a funcionalidade da fantasia e o peso de representar Mestre André, e ainda mais, tocando.
“Gostei bastante da fantasia da Mocidade, ele é o homem que inventou a paradinhas, ele é a tradição da nossa escola. A bateria desfilar homenageando ele e nós estarmos aqui tocando e representando isso é muito importante para a gente, eu fico muito feliz com isso. A gente dá até uma incorporada no espírito dele que está presente na nossa bateria. A fantasia é leve e não tem esplendor, esse é o mais importante para um ritmista porque o som não fica abafado e conseguimos tocar com maior tranquilidade” declarou.
Carla Patrícia, 21 anos é ritmista do naipe de caixa da escola e ressaltou a importância da homenagem e diz ter achado a fantasia leve e detalhista.
“Eu achei muito importante estarmos hoje aqui de Mestre André porque ele é uma figura importante para a Mocidade, mas não só, para a cultura do carnaval como um todo também, todas as bossas que ele inventou até hoje são referências. A fantasia está muito bonita com esses detalhes dos paetês, confortável e leve” declarou.