baianasmangueira

A Estação Primeira de Mangueira levou para a Avenida o enredo “A verdade vos fará livres” no qual evidência mais de uma face de Jesus que, agora, ressuscita na comunidade da Mangueira exaltando os humildes, com coragem e com amor. Além disso, a escola promoveu um debate sobre as diretrizes que as religiões estão tomando, tanto na parte de opressão ao próximo quanto na intolerância religiosa que aflige crenças ditas subversivas ao que o ocidente acostumou-se a enxergar como o certo e verdadeiro.

Sendo assim, a campeã do carnaval de 2019 escolheu a ala das baianas para representar o pesado fardo de carregar a cruz da opressão e evidenciar as religiões de matrizes africanas. O conjunto era de fácil entendimento e caracterizava as baianas do jeito mais tradicional, retornando as raízes do religião.

Na fantasia, a inspiração em Oxalá era nítida. A saia era branca com tecidos de renda e na borda a coloração imitando ouro. Na altura do peito, um grande laço com mais alguns babados com a mesma cor com a palavra “Oxalá” escrita e a presença de búzios reafirmam a religião. Nos pulsos, braceletes na cor amarela, davam um brilho a mais na hora do giro e na mão, um leque feito de palha.

Nas costas das baianas, a presença de uma enorme cruz com a coloração dourada dava um peso a mais na fantasia e quando executado o giro, o efeito luminoso – em consequência da iluminação da Sapucaí – ressaltavam a riqueza dos matérias e sua confecção. Por fim, a cabeça era coberta por um pano branco e com pequenas “cordas” tapando os seus rostos em uma referência direta à Oxalá, a figura referente a de Jesus Cristo em religiões de matrizes africanas.

Componente da ala, Maria Nazaré, que desfila desde 1989 na escola e chega ao seu terceiro ano na ala das baianas, falou sobre a emoção de fazer parte dessa ala tão tradicional.

“Quando entrei na Mangueira já sonhava em ser baiana, mas a oportunidade não aparecia. Três anos atrás, consegui entrar e agarrei essa oportunidade. Fantasia de baiana nunca é leve e essa é volumosa, mas quando a gente entra na Avenida parece que tudo fica mais leve e só vamos seguindo!”, revelou Maria Nazaré.

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