As baianas da Império da Tijuca trouxeram, neste sábado, no seu segundo dia de desfile no Grupo de Acesso, a representação das religiões de matrizes africanas. A fantasia das baianas, ‘As Oferendas de Axé’, representou essas religiões. “É muito axé representar as oferendas, é representada no tipo de tecido, na figura da baiana (que é a mãe do samba) e faz oferenda ao Orixás e, também, sua estampa que traz o desenho das oferendas”, disse Maria Cristina, presidente das baianas na verde e branca.
A fantasia é branca e bordada em detalhes dourados. Tem desenhos de personagens negros em uma faixa colorida com flores. Na cabeça, as baianas utilizam turbantes e chapéus que representam bandejas de oferendas, com frutas.
Foi o primeiro desfile de Rosi Patrícia, ela estava feliz e nervosa, ao mesmo tempo, por desfilar na Sapucaí. Ela explicou que a maior importância de estar representando as oferendas é representar a religião africana. “É se sentir livre, representar para as pessoas a sua religião e a sua fé. […] A sensação é muito boa, vou rodar muito na avenida”, disse Rosi.
As baianas entraram em um consenso sobre a fantasia: é leve e confortável. “Ela é leve. Esta é leve! Esta. ” afirma Matilde Dias, aposentada, em tom de deboche e rindo. Ela já desfilou onze vezes ao longo da vida e já passou por diversas fantasias. “Só depois que você coloca, que não pode fazer nada. Não pode sentar, não pode fumar, não pode fazer nada. Só ficar balançando assim pra fazer um ventinho”, disse Matilde rindo e balançando sua fantasia.
A escola foi a penúltima escola a desfilar na Sapucaí. A verde e branca se inspirou nas obras do artista apaixonado pela pela Bahia, Carybé, e utiliza as cores do Axé. As baianas da escola fizeram um gesto de devoção ao candomblé e ao samba.