As baianas da Estácio de Sá desfilaram pela Marquês de Sapucaí representando “os sabores da fé”, evocando a culinária afro-brasileira, oriunda dos escravizados. Elas vestiram um traje branco rendado com detalhes vermelhos e amarelos, além de chapéus que fazem alusão às oferendas. O desfile fez uma homenagem às mulheres negras e à sabedoria transmitida por elas ao longo da história, arte e fé, destacando o aprendizado e o legado racial.

Edivaldina Santana, conhecida como Dina, compartilha sua experiência de desfilar como baiana: “A fantasia das baianas representa muito para mim, porque eu sou baiana de verdade, e a gente sente na pele, chega a se arrepiar quando a gente vai entrando, porque mexe com o povo de verdade e aí é muito bom, muito bom mesmo. Adoro também desfilar como baiana, faço isso há muitos anos e eu adoro, eu sei fazer tudo, acarajé, xixim, vatapá, caruru, tudo é comida, eu sei fazer. Também nasci e fui criada lá, né? É muito importante para nós, baianos, é muito bom.”

“Olha, o que representa para mim é a primeira vez que estou saindo, sou marinheira de primeira viagem, mas representa tudo, a fé principalmente. Até nós estamos falando dos pretos velhos, das almas. Então isso representa muito, até por eu ser espírita, para mim representa demais. Ah, eu tô amando, tô amando mesmo. E eu tô torcendo para que a escola suba”, comentou Deuci Pereira de Araújo, de 74 anos.

Maria Silva das Chagas Ferreiras, que desfila há cinco anos na escola, compartilhou um pouco sobre o que representa o carro abre alas para ela: “Para mim, representa o acarajé da Bahia, que é um sabor bem saboroso, já experimentei bastante, bem apimentado. Na Bahia é quente, você não pede frio, né? Então você quer um prato quente. Quando você pergunta o prato quente, você pensa logo no acarajé, que é muito gostoso. Eu sou do Piauí, vim para o Rio de Janeiro, tinha 18 anos, já tenho 40 anos aqui no Rio de Janeiro”.