Atuação magistral de Gilsinho no comando do carro de som e de mestre Nilo Sérgio com a bateria. São dois craques e que honram a maior campeã do carnaval carioca. O samba-enredo de 2022, tão criticado, funcionou na Cidade do Samba. O portelense está cantando cheio de gana, querendo provar que a obra é merecedora da escolha para ser levada para Avenida. O teste na pista foi além de toda expectativa. Para deixar o torcedor feliz com o rendimento. * VEJA FOTOS DA APRESENTAÇÃO PORTELENSE
“Esse contato de perto com o público empolga demais a gente. Quanto mais perto a gente está do público mais a gente sente a vibração deles. Foi super bacana. Estamos ensaiando muito bem, quadra cheia toda semana. A escola está muito empenhada e empolgada. Vamos fazer o nosso máximo. Eu acho que esse evento tem que entrar no calendário, além dos nossos ensaios técnicos na Sapucaí. Isso aqui foi um achado, trazer o público pra dentro da Cidade do Samba, pra perto do que a gente pode fazer. Foi muito legal. Gostei pra caramba e espero que possamos fazer essa festa todo ano aqui”, comentou o intérprete portelense.
Impactante, a exibição do casal de mestre-sala e porta-bandeira portelense. Marlon e Lucinha pareciam que estavam desfilando para valer a nota máxima e ganhariam com toda certeza. “Vale a pena pelo contato com o público, a gente realmente fica com saudade, eu acho que o artista é movido pelo contato com o público, a troca, a energia que a gente só consegue na Sapucaí, nos ensaios de rua. E, a gente infelizmente foi privado disso, mas, acho que é importante, é um ato de resistência, mais do que qualquer outra coisa, e a gente está aqui resistindo”, comentou a porta-bandeira.
“Sobre o trabalho, a gente está extremamente feliz, claro que essa mudança de data do carnaval, acaba atrapalhando todo um cronograma que foi feito, mas isso acabou sendo extremamente benéfico para gente evoluir mais coreograficamente, para a gente acrescentar mais coisas, por exemplo com passo de Jongo. Eu estou muito animado para esse desfile, acho que eu e Lucinha, diante de tudo que aconteceu no último carnaval, de a gente ficar com aquele nó na garganta, que a gente não vê a hora de tirar. E, hoje, foi na verdade uma mistura de sentimentos. Eu senti uma energia, senti um nervosismo tão quanto como se fosse o desfile oficial, e, estou extremamente grato com essa noite, e a gente está com sangue nos olhos para passar na Avenida em abril”, completou o mestre-sala.
Cheio de humildade, após a exibição impecável da Tabajara do Samba, mestre Nilo Sérgio conversou com o site CARNAVALESCO.
“Hoje conseguimos matar um pouco a saudade que estávamos sentindo. Também foi importante para mostrarmos a qualidade do samba da Portela. Depois dessa prévia, vamos trabalhar em outras bossas e fazer pequenos ajustes para dar ainda mais molho ao que estamos preparando. A abertura do carnaval foi uma prévia do que vamos apresentar em abril. Sentimos até aquele nervosismo que vivemos na Sapucaí na hora dos desfiles. Esse tempo sem carnaval mostrou o quanto essa festa é importante para a nossa vida. Eventos como esse de hoje deveriam acontecer com mais frequência na Cidade do Samba. Até mesmo alguns ensaios de rua poderiam ser realizados aqui, pois há mais estrutura para o sambista”.
A azul e branco optou por abrir sua apresentação saudando a imprensa e em um clima nostálgico, Jerônimo da Portela, veio na frente com integrantes da Velha-Guarda, os grandes baobás de Oswaldo Cruz e Madureira. Diretor de harmonia da Portela, Junior Escafura falou sobre o evento na Cidade do Samba e a atuação da azul e branco. “É uma importância muito grande, um encontro muito bacana, as escolas muito felizes e brindando com um grande espetáculo. E, brindando a vida, a gente ficou sem carnaval, e hoje é muito bacana a gente ver essa interação, as pessoas confraternizando. E, eu estou muito feliz que a Portela fez uma grande apresentação. A Portela é uma das escolas que tem mais torcida, a gente viu isso aí, quando a Portela passou parecia que só tinha portelense aí, todo mundo vibrando e a gente fica muito feliz. A gente espera que em março a gente possa fazer os ensaios de rua, que a gente possa ter os ensaios técnicos, para gente poder ajustar, para gente fazer um grande espetáculo no dia oficial”.
Participaram da cobertura: Alberto João, Allan Duffes, Gustavo Maia, Leonardo Damico, Lucas Santos e Rodrigo Madureira