Após nove anos sem desfiles, Brasília consagrou a Asa Norte, mais uma vez, a campeã do Grupo Especial. Antes da paralisação, a agremiação vinha de um tricampeonato consecutivo. Sendo assim, ele alcançou o tetracampeonato. Ela somou 268,4 pontos. Em segundo lugar terminou a Águia Imperial com 267,2. Aruc ficou em terceiro com 267,1. A Vila Planalto e Bola Preta ficaram na última e penúltima posições, respectivamente.

Fotos: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Como foi o desfile campeão

Com o enredo “Mulheres pretas do Brasil”, a escola levou um forte desfile para a avenida com um grande contingente e destaque para o conjunto impecável dos quesitos. A comissão fazia um lindo ato cênico. Como o enredo se tratava de mulheres pretas, componentes da ala faziam danças e encenavam em volta de uma personagem que representava uma Preta Velha. A integrante, vestida toda de branca e com manta cinza, estava com uma bengala. Ora ficava presa em uma jaula, simbolizando o sofrimento. Sem dúvida, foi a comissão de frente mais impactante do Grupo Especial.

O abre-alas teve um grande contraste esteticamente. Muita iluminação vermelha na parte debaixo junto com as esculturas. No centro havia um navio. Provavelmente simbolizando os negreiros, com a chegada delas no Brasil, a princípio como escravas.

Entre todas as escolas que passou na avenida, a Asa Norte foi a que apresentou o samba mais forte. Mesmo assim, igualou o nível de canto da ARUC, que é a grande adversária para vencer o carnaval.

Em análise na cabine central, o casal de mestre-sala e porta-bandeira fez um desempenho para lá de satisfatório. A coreografia dentro do samba respeitou toda a melodia e fez sentido com a letra, além dos giros horário e anti-horário que a dupla realizou.

Vale ressaltar que devido ao enredo, várias mulheres pretas foram homenageadas no desfile, como Alcione, Dona Ivone Lara, Leci Brandão, entre outras.