Salgueiro Convida 2019 Imperatriz Grande Rio 101

Por Lucas Santos

A Imperatriz Leopoldinense optou por em 2020 fazer uma releitura do samba-enredo de 1981, ano em que a escola conquistou o bicampeonato ao homenagear o compositor Lamartine Babo. Com “Só dá Lalá” na “boca do povo”, como pode ter sido notado durante a apresentação da escola no “Salgueiro Convida”, talvez, o desafio maior neste momento esteja com o intérprete Arthur Franco e com mestre Lolo. Pois, o fato de ser um samba que foi apresentado há quase 40 anos, pode gerar algum esforço para adequar ao andamento que hoje é empregado pelas baterias, diferente de décadas atrás.

O intérprete Arthur Franco concorda e acrescenta que neste início de trabalho sua preocupação também está em retirar alguns vícios da letra do samba adquiridos nos últimos 38 anos.

“A gente já canta o samba em show. Nós já temos mais ou menos uma noção, agora é trabalhar ele melhor. Tirar algumas coisas de vício. Porque esse samba veio em duas versões. Ele veio com ‘neste palco iluminado’ e ‘nesse palco iluminado’, então, a versão original é ‘neste palco’. São essas coisinhas que a gente precisa corrigir para o desfile, mas é um grande samba”.

Para Arthur, ainda que seja preciso adequar o andamento, tem que haver o cuidado para não deixar a obra muito veloz.

“Estamos trabalhando pra fazer o melhor, acertar, adequar o andamento atual sem botar na correria. Trazer um andamento gostoso para que o samba fique com as frases ‘direitinhas’, com a divisão perfeita”.

O histórico samba “Só dá Lalá” será a segunda regravação que Arthur faz no carnaval carioca. O intérprete lembra-se do trabalho realizado em 2014 na Em Cima da Hora quando regravou o também consagrado samba “Os sertões” de 1976.

“A responsabilidade é enorme. Até porque é um samba maravilhoso vindo aí pra reedição. É o segundo grande samba que eu regravo. Eu tive o prazer de regravar ‘Os sertões’ na Em Cima da Hora. Agora na Imperatriz com Lamartine, Zé Katimba e companhia. Então, a cobrança é grande. E ainda mais, é um samba que foi campeão”.

Casal também espera o andamento para definir coreografia

Normalmente, nesta época do ano, as escolas estão preocupadas com as disputas de samba. Na Imperatriz, entretanto, com a escolha da releitura de “Só dá Lalá”, esta fase já foi superada e as atenções se voltam para de que forma o enredo será apresentado. Para o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Thiaguinho e Rafaela, o desenvolvimento da coreografia terá que levar em conta o andamento que será dado pela Swing da Leopoldina comandada por mestre Lolo. Rafaela admite que por este motivo, a dupla ainda não definiu os passos da bailado.

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“Em geral a gente sempre espera o samba ser escolhido para começar a pensar na coreografia. Esse ano não tem disputa, já temos o samba definido, e já agora vamos sentar para pensar no que vai ser feito. Além do enredo, tem que ver o samba que tem um ritmo que é diferente do que hoje em dia tem se feito. Tem que ver o andamento que o Arthur (Franco) e o Lolo vão dar para o samba primeiro e aí definirmos tudo direitinho”.

Thiaguinho lembra que não só o samba é marcante, mas também aquele desfile, por isso, a responsabilidade da dança do casal aumenta.

“Acho que não é só marcante pelo samba em si, mas pelo desfile que foi também muito especial para a escola. A escola foi bicampeã. Então, assim, com a situação que a Imperatriz se encontra hoje no Acesso aumenta e muito o peso da nossa dança, do nosso trabalho”.

Em 2020, a Imperatriz Leopoldinense desfilará na Série A do carnaval do Rio e será a quinta escola no sábado da folia.

 

 

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