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Após testes, Grande Rio entregará prótese para passista que teve braço amputado: ‘Me sinto uma criança com um presente novo’

A trancista Alessandra dos Santos, 36 anos, passista da Acadêmicos do Grande Rio que perdeu o braço após uma cirurgia para retirada de miomas no útero, receberá em definitivo a prótese doada pela agremiação de Caxias. Em dezembro, durante o Natal e seu aniversário, ela utilizou o equipamento para fases de testes de comando. Agora, segundo Alessandra, a escola de samba entregará a prótese antes do carnaval.

passista grio
Fotos: Raphael Lacerda/CARNAVALESCO

O caso ocorreu em fevereiro de 2023 e Alessandra só recebeu alta dois meses depois. Em maio, durante entrevista exclusiva ao site CARNAVALESCO, o presidente de honra da Grande Rio, Helinho de Oliveira, informou que a agremiação compraria uma prótese para a passista. No decorrer do ano, Alessandra passou por diversas consultas e etapas para a construção do equipamento. Para a passista, a prótese representa um recomeço e terá um grande impacto na autoestima.

“Eu estou igual a uma criança com um presente novo. É muito gratificante todo esse carinho das pessoas comigo. A prótese foi doada de coração pelos meus presidentes. Sou muito grata. Não devolve meu braço, mas esteticamente é muito bom. Eu, como mulher, tenho essa questão da vaidade e também sou passista. Ela vai dar apoio e um suporte básico. Hoje, dependo da ajuda da minha mãe para comer e me vestir. Agora me olho no espelho com outros olhos e estou conseguindo organizar a cabeça um pouco melhor. Foi um presente de aniversário e de Natal (risos)”, comenta a passista.

O equipamento foi produzido pelo Centro de Próteses e Órteses (CPO) e tem previsão de entrega até o final de janeiro. De acordo com Alessandra, a prótese ainda permite a realização de movimentos e algumas práticas do cotidiano, mesmo que limitadas. O equipamento conta com tecnologia avançada e abre e fecha as mãos conforme contrações musculares.

Apesar de poder desfilar e sambar com a prótese, Alessandra decidiu que entrará na Marquês de Sapucaí sem o aparelho. Aliás, sambar representa para a passista um recomeço e a volta por cima. Foi no carnaval – na Grande Rio – que ela encontrou forças para seguir em frente e não desistir.

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“A Grande Rio me fez voltar a vida social de novo. Eu estava em cima de uma cama e achei que tudo tinha acabado. Quando a minha mãe mostrou o vídeo da bateria tocando, não aguentei. A minha escola me abraçou e quando eu voltei, a comunidade inteira me abraçou e me deu carinho e força. A Grande Rio, para mim, representa a vida, a força e a união. Ela é uma família”, afirma.

Componente assídua da Tricolor de Caxias há 20 anos, Alessandra não pôde desfilar em 2023 por conta do acidente. Agora, ansiosa e com o samba no pé em dia, a passista conta as horas para a chegada do desfile oficial e está confiante com o bom desempenho da agremiação.

“Até brinco que vou alugar uma casinha em frente ao Sambódromo para não ter erro: quando soltarem os fogos, já atravesso a rua para não ficar pra trás (risos). Eu estou muito feliz de ver a comunidade cantando, ensaiando e com as pessoas otimistas pela vitória. Tenho fé que o bicampeonato virá. A ala de passistas vai vir linda, nosso figurinista arrasou. A Grande Rio, como sempre, faz de tudo pela sua comunidade. A escola estará linda e iremos brigar pelo título”, diz a componente.

Relembre o caso

Alessandra deu entrada no Hospital da Mulher Heloneida Studart, em São João de Meriti, no dia 3 de fevereiro de 2023 após sentir fortes dores e ter sangramento pela genital. Constatada uma hemorragia interna, ela foi operada no mesmo dia. No dia seguinte, a passista passou por outra cirurgia, para a retirada do útero. Dois dias depois, a mulher foi transferida para o Instituto Estadual de Cardiologia (Iecac), em Botafogo, com o braço já em necrose e teve o membro amputado.

Quase um ano depois, Alessandra luta por justiça. Sem conseguir trabalhar e dependendo de ajuda dos pais, ela afirma que nunca foi procurada pela equipe do hospital ou pelo estado. O caso está na justiça.

“Eu era trancista e estou desempregada. Estou sobrevivendo com a ajuda dos meus pais. Antes, quem ajudava em casa era eu. Hoje, infelizmente, estou impossibilitada de trabalhar. Até hoje não recebi o contato de ninguém – nem do médico que me operou e nem da equipe do Hospital da Mulher. Ninguém me deu assistência de nada”, conta Alessandra.

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