Sétima escola a desfilar na noite, a Leandro de Itaquera fez uma apresentação que deixou a desejar. Pelo que se viu na pista, dá para concluir que a agremiação irá brigar pelas posições de baixo da tabela. Um dos únicos destaques positivos foi a bateria ‘Batucada de Leão’, comandada pelo mestre Pelé, que deu um belo andamento ao samba-enredo. A dupla de cantores Rodrigo Jacopetti e Tays Calhado, o casal José Luis e Juliana também tiveram um desempenho satisfatório. Nos demais quesitos a escola enfrentou problemas. “Batuque, a Força da Raíz”, é um enredo reeditado de 1992. A escola terminou o desfile com 48 minutos.
Comissão de frente
A ala, que é comandada pelo coreógrafo Marcelo Gomes, tinha como termômetro a coreografia de tribos. Nessa apresentação, o movimento parecia de afros ou indígenas, mas o fato é que era uma invocação a algo. A comissão contava com um pequeno tripé, cujo nele subia um personagem principal. Após, os outros componentes faziam uma espécie de saudação a ele. Outro fato que aconteceu foram os vários momentos em que a ala saudava o público. Os integrantes se alinhavam e apontavam para cima.
Um fato negativo que aconteceu é que no decorrer do desfile, mais precisamente depois do recuo de bateria, um costeiro de uma integrante soltou e ficou pendurado nas costas dela. Os próprios companheiros tentaram arrumar rapidamente, mas não conseguiram. Ainda nas fantasias, caiu um pedaço de pelúcia de outro componente, que ficou na pista e foi retirada pelo apoio do segundo casal, que vinha logo atrás.
Mestre-sala e Porta-bandeira
José Luis e Juliana, executaram um bailado seguro. Desfilaram sorridentes o tempo todo. Há de se ressaltar que diferente da maioria das agremiações, o casal da Leandro de Itaquera não vai na frente da escola. Eles desfilam no segundo setor. Com um pavilhão bordado em lantejoulas, à moda antiga, a dupla conseguiu realizar movimentos sincronizados frente às torres após o setor B, que estava em análise.
Dentre as fantasias da Leandro, a do casal é a única que se destaca pela criatividade. Vieram de vermelho e o mestre-sala segurava o martelo de xangô. Porém o acabamento estava a desejar.
Harmonia
Por ser uma reedição, se esperava um canto forte da comunidade. É um samba famoso dentro da escola, porém, por algum motivo, não fluiu. Os componentes não faziam esforço nenhum para cantar e o departamento de harmonia não estava conseguindo influir os desfilantes. A única parte cantada fortemente foi quando a bateria realizou um apagão no minuto 27 do desfile. De resto, o desempenho do quesito foi preocupante.
Enredo
“Batuque, a Força da Raíz”, é uma reedição do carnaval de 1992. Tem um belo samba que foi bem adaptado para 2023. Porém, apesar das fantasias simples, não dá para ter uma clara leitura ao público. Ficou difícil saber qual setor significa qual história. A primeira alegoria, que foi apresentada no estilo afro e a comissão de frente, deu para ter uma certa noção do que viria pela frente. Entretanto, no decorrer do desfile, nada ficou claro.
Evolução
A escola teve uma evolução protocolar. Foi um tanto satisfatório. Não houve buracos e nem tanta empolgação entre as alas. Provavelmente não haverá tanta penalização em cima disso. Há de se ressaltar o grande trabalho que a escola fez na entrada do recuo de bateria. Enquanto a batucada entrava, as passistas preencheram rapidamente o espaço técnico. Ao todo, foi um quesito em que a Leandro teve certa segurança.
Samba-Enredo
É um samba diferente do habitual. Por ser dos anos 90, se imaginava um andamento diferente, mas desde o pré-carnaval se viu a ala musical fazendo um grande trabalho e colocando a trilha-sonora no estilo da escola. Vale destacar o grande trabalho da dupla Rodrigo Jacopetti e Tays Calhado. Essa última pode ser uma grande revelação do carnaval paulistano. Com o tempo pode amadurecer a voz e comandar melhor um carro de som.
Fantasias
Um quesito que deixou extremamente a desejar. Além de falhas de acabamento, se via uma simplicidade muito grande. Com isso, como dito anteriormente, a leitura ficou prejudicada. Não há nada para se destacar em relação ao quesito.
Alegorias
A primeira, aparentemente representava a África. Na frente do carro estava o nome da escola e a escultura de um leão, que é o símbolo da escola. Tudo iluminado. Na parte de trás, apareciam elementos e esculturas africanas, remetendo ao continente.
A segunda alegoria não deu para ter uma leitura concreta do que significa, mas o fato é que na frente vinha duas esculturas de elefante e uma imagem do boi-bumbá. Na parte de trás, esculturas de baianas.
Outros destaques
A bateria ‘Batucada de Leão’, regida por mestre Pelé, foi o destaque da escola nesta noite. A batucada tem um andamento grande, surdos potentes e executou bossas que embalaram a comunidade e arquibancada, especialmente o apagão que fizeram ao carro de som no minuto 27.
Ala das baianas desfilaram com uma fantasia toda amarela segurando uma boneca de brinquedo.