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Ala do Tuiuti denuncia abusos da marinha

A fantasia retrata o capitão opressor João Batista Neves

O Paraíso do Tuiuti foi a quinta escola a desfilar, nesta segunda-feira (12), no segundo dia de apresentação do Grupo Especial do Rio. A escola, com o enredo “Glória ao Almirante Negro”, na ala 11 apresentou a fantasia “Comandante Cruel”.

A fantasia retrata o capitão opressor João Batista Neves, um oficial que não hesitava em oprimir marinheiros negros. A parte de cima da roupa é branca e parecida com o uniforme da marinha, com uma âncora em vermelho nas costas dos desfilantes. Na parte de baixo, uma saia preta com detalhes prateados e peças espetadas.

Cristian Bruno, de 27 anos, desfila pela primeira vez na escola. Ele revelou se sentir emocionado por participar em uma ala tão importante. O servidor público relembra que não é o momento de parar de falar sobre racismo:

“Essa ala mostra para o público os crimes cometidos contra o povo preto na Marinha. A Tuiuti está resgatando essa luta para lembrar as pessoas que o racismo ainda existe. Infelizmente, nós temos que estar trazendo as dores que nossos antepassados passaram”.

A revolta da Chibata, que aconteceu de 22 a 27 de novembro de 1910, foi uma manifestação feita por membros da Marinha do Brasil. Os marinheiros se insurgiram contra os superiores em navios localizados na Baía de Guanabara, impulsionados pelo desejo de pôr fim aos castigos corporais aos quais eram submetidos.

“Os marinheiros pretos foram tratados da pior forma possível” disse Lízia Marques, de 30 anos, e emocionada por desfilar pela primeira vez na azul e amarela. A profissional do marketing se sentiu representada por ser negra e se apresentar na ala. “Com certeza me representa. É uma luta de um povo que foi escravizado e é muito justo ter pessoas pretas aqui”, completou.

No carnaval de 2024, o Paraíso do Tuiuti narrou a vida de João Candido, conhecido como o Almirante Negro, que foi o comandante da Revolta da Chibata em 1910. A escola homenageou o líder e o consagrou como um importante herói nacional.

“A história tem um peso muito importante e relevante para o Brasil”, diz Letícia Remigio, de 33 anos, ao ser questionada sobre a importância da ala. “A fantasia é muito linda e bem clara com os elementos que o carnavalesco quer contar.”

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