Por Philipe Rabelo
Após o fim do desfile, nesta sexta-feira, o presidente da Acadêmicos do Sossego, Wallace Palhares, comemorava o fechamento do portão e esbravejava “estamos aí mais vivos do que nunca, quem achou que ia cair, olha só…”
Durante o pré-carnaval, a escola já tinha ganhado destaque nas redes sociais após a foto de uma escultura de um carro alegórico ter viralizado na web. Uma imagem que parecia fazer referência ao atual prefeito do Rio, Marcelo Crivella, com pele avermelhada e chifres, em uma menção ao demônio.
O presidente disse que a ideia da escultura apareceu no grupo da diretoria e que a equipe buscava um “anjo da intolerância”.
“Nossa cidade é plural, uma cultura que é conhecida pelo mundo inteiro, precisávamos de uma representação que estivesse fora desse contexto. Colocamos uma figura que pudesse lembrar aquela pessoa que ia para a África evangelizar os africanos. Eu acho que não é por aí, igual fizeram com os nossos indígenas, vieram para cá, botaram uma cruz e tentaram obrigar, acho que não é por aí”, disparou Wallace.
Após o burburinho e o pedido feito pelo advogado Victor Travancas, coordenador de Captação de Recursos do Município, a escultura que parecia com Crivella acabou não entrando no desfile oficial, mas acabou se tornado personagem dos blocos de rua da cidade.
Com um lugar vago no último carro, o demônio deu lugar a uma figura mais serena. A escola trouxe um boneco que se parecia bastante com o ex-prefeito do Rio, Eduardo Paes. O presidente ao ser questionado sobre as semelhanças foi taxativo “você acha que é o Eduardo Paes? Se fosse seria uma maravilha, ele foi um cara que apoiou muito o samba. Esse é paz e amor purinho”, brincou.