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Carro da Santa Cruz faz crítica à prática de blackface em trama da TV Globo exibida na década de 1960

Por Juliana Cardoso

A atriz Ruth de Souza, homenageada pela Acadêmicos de Santa Cruz no primeiro dia de desfiles das escolas da Série A, fez história ao ser a primeira mulher negra a protagonizar uma novela da TV Globo: “A Cabana do Pai Tomás”, exibida entre 1969 e 1970. No entanto, a polêmica escolha de um ator branco para pintar o rosto de preto, a fim de dar vida ao personagem negro que era casado com a escrava Cloé, vivida por Ruth, foi alvo de críticas na época. Em tom de protesto, a agremiação retratou o folhetim em seu terceiro carro, que cruzou a avenida levando o mesmo nome da trama.

Na alegoria da verde de branca da zona oeste carioca, as cabanas da novela foram fielmente reproduzidas ao serem decoradas com palha por todo o carro. Na região superior do carro, havia uma rezadeira segurando folhas de arruda e abençoando toda a avenida. Na dianteira da alegoria, apresentada como a frente de uma carroça, havia uma representação da personagem de Ruth. Mais abaixo, sentados em objetos que lembravam queijos, componentes brancos faziam blackface em protesto ao personagem de Sérgio. Nas laterais, ainda havia desfilantes negros caracterizados de escravos.

Ainda em tom de manifestação, a Santa Cruz se propôs a remediar aquilo que foi considerado um erro histórico pela mídia brasileira na época: a escalação de Sérgio para protagonizar a trama. Seu personagem deixou de ser o destaque e cruzou a avenida na parte inferior do carro alegórico. As estrelas da alegoria, por sua vez, eram integrantes negros, que representavam a maior do elenco do folhetim.

Atrás do carro, a ala “Blackfaces” seguiu com a bandeira de protesto levantada no carro. Nas capas das fantasias dos componentes, eram vistas manchas pretas que remetiam à tinta utilizada na maquiagem feita nos atores brancos que davam vida a personagens negros. Diferentemente dos integrantes do carro, a ala trouxe desfilantes sem caracterização de blackface.

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