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Abre-alas da UPM celebra a força de Iyá Nassô e da religiosidade de matriz africana

A Unidos de Padre Miguel foi a primeira escola a se apresentar na noite desse domingo, inaugurando o Grupo Especial. A escola, que ganhou a segunda divisão da disputa em 2024, obtendo acesso à competição principal em 2025, homenageou a sacerdotisa do candomblé Iyá Nassô, responsável pela fundação do primeiro terreiro no Brasil, em Salvador.

“A Iyá Nassô é responsável por trazer o candomblé da África, uma das três. Ela fundou a primeira casa de candomblé no Brasil, lá na Barroquinha, na Casa Branca. A gente também traz essa questão de hoje a Vila Vintém ser um terreiro, uma terra de macumbeiro, como o próprio samba fala. Como esse candomblé que ela funda gera frutos, raízes por todo o Brasil, hoje também a Vila Vintém é um terreiro, uma descendência dessa casa branca fundada lá na Bahia”, disse o integrante da equipe de criação carnavalesca Alex Carvalho, de 25 anos.

Alex Carvalho

Todo em dourado, com detalhes em marrom e vermelho, o carro abre-alas da escola trouxe, de forma imponente, a representatividade da religião de matriz africana para a avenida.

“O abre-alas representa o reino de Oyó. Ele traz toda essa imponência de Xangô, com muitos machados, leões, muito dourado, com cores quentes, muita palha, do jeito que Xangô merece ser representado, tendo toda essa ancestralidade africana na sua estética”, comentou Alex.

“O boi vermelho, símbolo da escola, traz imponência pela primeira vez com o corpo todo. Ele sempre veio só com a cabeça, agora ele vem com a cabeça e o corpo. O nosso objetivo é tocar o torcedor da União de Padre Miguel com essa o movimento. Ele vai sair fumaça, o efeito especial para que a gente possa conquistar o torcedor, o jurado e toda a Marquês de Sapucaí”, complementou.

A proposta do abre-alas foi abraçada pela comunidade da vermelho e branco da Vila Vintém. Destaques do carro relataram ao CARNAVALESCO a emoção de desfilar na primeira alegoria da escola.

“O abre-alas representa a riqueza do reino de Xangô. Cada um de nós estamos representando os guardiões e toda a riqueza do reino. Você vê em tons dourado aqui no carro a realeza, a riqueza. Eu, que não sou pertencente às religiões de matriz africana, acho interessante essa questão do enredo e da constituição também do nosso povo brasileiro. Diversas culturas fizeram crescer todo o nosso país”, defendeu o engenheiro e arquiteto Luiz Antônio Almeida, de 51 anos, em sua trceira vez na UPM.

Luiz Antonio

“O abre-alas é a cabeça da escola, mostra força, mostra energia, para o que que ela veio. Somos 12 homens, 12 negros, 12 xangôs. A UPM está com muita garra, muita vontade desse ano porque é o ano que finalmente subimos para o Grupo Especial”, compartilhou o cabeleireiro e maquiador Robertto Elias, de 38 anos, que desfila há seis na UPM.

Robertto

“É muito emocionante, é uma honra vir num carro tão importante para escola e representar a realeza de Xangô. É muito especial para mim, que venho pela primeira vez na escola, ter uma representatividade tão grande num carro tão importante que é o abre-alas. Eu desejo toda a felicidade dentro da Sapucaí, que a gente possa brincar, se divertir e que a UPM faça um ótimo desfile. Eu não tenho dúvidas que ela vai fazer”, finalizou a administradora Mariana Santana, de 33 anos.

Mariana

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