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Abre-alas da São Clemente trouxe a irreverência da escola e do carioca em seu hábitat natural, a praia

O retorno do carnavalesco Jorge Silveira à Preta e Amarela da Zona Sul pretendeu também ser um resgate da agremiação com a sua identidade irreverente, brincalhona e jocosa. Jorge produziu três carnavais para a São Clemente entre 2018 e 2020, todos no Grupo Especial. A missão agora é levar a escola de volta para o grupo de elite do carnaval carioca. E o enredo escolhido teve a cara da São Clemente. “O Achamento do Velho Mundo” propos ser uma viagem lúdica e divertida, levantando o hipotético e delirante questionamento: O que aconteceria se os nossos povos originários tivessem ido para as terras europeias e não o contrário?

A história se passa em um período de um dia começando pela manhã, assim que o sol aparece, e terminando em uma grande festa à noite, nas novas terras chamadas de “Euroca”, em vez de Europa. Um dos pontos altos desta exótica narrativa foi o carro abre-alas da São Clemente “Porto do Pindorama”, que representou o porto da nação Pindorama, é o local de onde partem as canoas em direção ao Velho Mundo. Segundo a explicação da própria agremiação, é o “point” do verão com Guaraci “bola de fogo” brilhando no céu, pronto para bronzear as peles dos nativos. Guaraci foi representando na alegoria com umas escultura de índio usando óculos escuros.

O carro trouxe em sua maioria as cores da escola, mas brincando um pouco com alguns detalhes no tom laranja e fazendo referência aos aspectos praianos como coqueiros e as pranchas de surf enfeitadas de forma indígena. Além de apresentar o enredo, a alegoria fez uma referência à paixão que o carioca tem pela praia, nesse caso a praia de Botafogo é a retratada. Uma das composições do carro eram os “nativos nas canoas”, jovens do Pindorama pegando onda em suas canoas. Raniere Fernandes,que dá aula de alongamentos de unha, inclusive da Rainha da agremiação, Raphaela Gomes, veio na alegoria e falou sobre a fantasia e a irreverência da Amarela e Preta.

” Eu estou vindo de indígena que usa a canoa na praia de Botafogo. Eu acho que esse enredo foi de uma ironia divertida, de brincar com a colonização, trocar os papéis, a ideia de oferecer biscoito ‘O Globo’ para o português, essa coisa do povo da praia, misturando com os indígenas. O índio oferecendo o biscoito que é uma coisa muito carioca. Acho bem irreverente e um pouco irônico de uma forma divertida”, contou o professor.

Raniere revelou ao site CARNAVALESCO antes do desfile que ama a praia e mora próximo de uma das mais famosas, inclusive.

” Eu amo e moro perto da praia, sou do Leblon. Eu gosto muito do posto 12, porque é muito mais tranquilo. Mas gosto também de ficar lá no oito, tenho uns amigos que ficam lá, mas ali já é Ipanema e eu tenho muitas amizades. Eu acho que a São Clemente e o Rio é tudo a ver”, conclui o componente.

Outro que também veio na alegoria foi o personal trainer Silvio Guimarães, morador de outro bairro praiano, Copacabana. O carioca desfila em escolas de samba desde 1987, e é torcedor da Mocidade, mas conta que adorou o enredo da São Clemente

” Achei essa relação indígena e a praia uma sacada legal. A São Clemente é muito irreverente, acho que é essa pegada humorista sempre, a São Clemente é isso. É muito legal. Acho que esse carro em si traz essa coisa da praia de Botafogo, que é região da São Clemente . É a volta da São Clemente que sempre foi. Essa coisa do Rio de Janeiro. Acho que ela retrata muito bem o Rio, e o samba já fala tudo, traz muito daquilo que a gente gosta, nossas características. É o jeito carioca ainda mais no “Samba de ladinho” do refrão”, opinou aos risos o personal.

A frente da alegoria, veio a ala “canoas ao mar”, como modelito e significado parecido com as composições que vinham no abre-alas. A psicóloga e professora, Jamile Melo, também falou da relação dela e do carioca em geral com a praia, que também está presente de forma irreverente no enredo.

” Gosto de praia, carioca gosta de praia. Eu gosto de ir na praia do Recreio , é a minha preferida, é mais tranquila, é uma praia mais vazia. Acho que o carioca também gosta das praias lá para o lado do Recreio, apesar de a gente apreciar bastante as praias da Zona Sul, a gente as vezes quer um pouquinho de tranquilidade”, acredita a foliã.

Jamile também ressaltou a relação do samba com o jeito que o carioca fala, as gírias, além de elogiar a ideia do enredo por parte do carnavalesco Jorge Silveira.

“O samba traz muitos elementos de gírias cariocas, a gente mostrou bastante o que é ser carioca, como seria legal se a gente tivesse chegado na Europa. Acho que os europeus iam gostar bastante. A gente trouxe o elemento como se os índios tivesse saído daqui da praia de Botafogo para descobrir o Velho Mundo” , explica Jamile.

Agora na Série Ouro depois de mais de 10 anos no Grupo Especial, a São Clemente encerrou a primeira noite de desfiles das escolas da Liga RJ.

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