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Abraçada pela comunidade, Beija-Flor realiza último ensaio na Mirandela e se diz pronta para o desfile oficial

Repetindo os quesitos fortes apresentados no ensaio técnico, a agremiação de Nilópolis mostra sinais de que o famoso rolo compressor nilopolitano está de volta

Não há como negar que a Beija-Flor é uma escola de chão forte. Com uma comunidade aguerrida e muito presente, a azul e branco da Baixada realizou o seu último ensaio de rua antes do carnaval na noite do último sábado. Quem esteve na Estrada Mirandela viu uma escola que pretende entrar na avenida para mais uma vez fazer história e resgatar toda a própria mística dos desfiles marcados por uma harmonia impecável. Após realizar um ensaio técnico praticamente perfeito e bastante elogiado, o chamado rolo compressor nilopolitano mostrou mais uma vez a sua força. A noite deste sábado serviu como um presente da escola a sua comunidade, que lotou as ruas e presenciou um show de canto e evolução. A comissão de frente não participou, pois estava ensaiando na Cidade do Samba. Na presença de seus componentes e Neguinho da Beija-Flor no comando do carro de som, a apresentação durou 1h20, com direito a um show da bateria nos momentos finais. Destaque para a homenagem recebida por Selminha Sorriso e Claudinho, primeiro casal da escola. Das mãos de Rafael Nobre, presidente da Câmara, os dois ganharam uma placa em comemoração aos 30 anos de parceria e dedicação ao samba.

Durante o esquenta, o diretor de carnaval, Dudu Azevedo, fez um discurso forte onde destacava a força do enredo da escola para o próximo carnaval, voltando a levar para avenida a temática africana, a agremiação pretende reverenciar a si mesma para voltar a ser campeã do Grupo Especial. “A escola está pronta. Nós finalizamos a entrega de fantasia das alas. Eles cantam e evoluem como a gente solicita. A escola berra o samba. Mas agora tudo se resolve lá na avenida, nada se resolve antes”, disse.

Harmonia e Samba

A composição assinada por Jorge Velloso e parceiros tem sido muito elogiada nesse pré-carnaval, e, mais uma vez, se mostrou uma escolha certeira da escola. Foi um dos pontos altos do ensaio da Beija-Flor, mesmo longe do carro de som comandado por Neguinho da Beija-Flor, era possível ouvir a escola cantando a plenos pulmões, além dos componentes, as pessoas que acompanhavam o ensaio nas grades também cantavam com bastante empolgação. Além dos refrões, a parte final do samba foi um dos destaques: “Canta, Beija-Flor, meu lugar de fala, Chega de aceitar o argumento, Sem senhor e nem senzala vive um povo soberano, De sangue azul, nilopolitano”. A primeira ala coreografada deu um show de canto. Apesar da coreografia e o cansaço natural pelo excesso de movimento, o grupo não deixou de cantar em nenhum momento do ensaio.

Mestre-sala e Porta-bandeira

Duas entidades da escola, Selminha Sorriso e Claudinho arrebentaram mais uma vez no asfalto da Mirandela, após anos juntos, a sintonia entre os dois é evidente, apenas com os olhos eles se entendem. A apresentação durou pouco mais de 2 minutos e começou com bastante ímpeto. Durante todo o bailado foi possível ver Claudinho riscar a avenida, já Selminha se manteve firme e graciosa durante toda a apresentação, demonstrando destreza em lindos giros. A dupla fixou o contato visual durante toda a dança e levantaram as pessoas que acompanham o ensaio. Ela, com um belo vestido em tons de amarelo e verde, executou seus giros com máxima excelência, assim como o seu par, trajado nas cores da escola.

Bateria

Comandada pelos mestres Rodney e Plínio, a bateria soberana impulsionou o samba e o canto da escola, bastante seguros, os ritmistas realizaram algumas bossas, com destaque para que simula um funk e também o momento em que o samba fala sobre erguer os punhos, durante uma bossa nessa parte todos os ritmistas faziam o gesto, que era repetido por toda a escola. A frente da bateria, duas figuras históricas da escola esbanjaram carisma e samba no pé, Raíssa Oliveira, rainha de bateria desde 2003, e Sônia Capeta, que por anos esteve à frente dos ritmistas, ambas foram extremamente simpáticas com o público e em vários momentos pararam para tirar foto ou cumprimentar os admiradores.

“O mais importante é a gente estar perto do nosso torcedor, do cidadão nilopolitano, passar essa energia boa que eles passam pra gente e que a gente retribui para eles, o ensaio de hoje serviu pra isso, foi uma troca, o ensaio foi perfeito,a intenção era mais pegar essa energia e foi maravilhoso, graças a Deus. A expectativa é a melhor possível, papai do céu vai abençoar mais um caneco para a Beija-Flor, o samba tá na ponta da língua, o trabalho é sério, vamos com tudo e papai do céu vai abençoar com mais uma estrelinha pra gente””, disse mestre Rodney.

Evolução

Após um ensaio técnico sem erros, a evolução da escola se mostrou mais uma vez extremamente acertada, os componentes evoluíram com bastante desenvoltura e animação, seguindo toda a cartilha do manual de julgamento, a escola fez todo o percurso sem sustos, não foram observados descompassos e todos os integrantes das alas estavam se divertindo. Logo na abertura da escola a ala “Arte Folia” deu um show, perfeitamente coreografados, a ala arrancou aplausos durante todo o ensaio. Em um ritmo constante, sem lentidão ou correrias, os componentes presentes varreram a Mirandela em um cortejo uniforme do início ao fim do desfile.

Outros destaques

A ala de baianas que, com toda a sua tradição e ancestralidade, seguraram o ritmo de mais um ensaio nessa longa preparação que antecede o carnaval de 2022. Sempre com um sorriso no rosto e brilho no olhar, as matriarcas da agremiação cantaram e evoluíram com muita garra. As vestimentas foram as mesmas utilizadas no ensaio técnico: saias azuis e com uma bela estamparia em tons mais quentes na camiseta.

Com o enredo “Empretecer o Pensamento é Ouvir a Voz da Beija-Flor”, desenvolvido pelo carnavalesco Alexandre Louzada, a agremiação de Nilópolis será a última a desfilar no primeiro dia do Grupo Especial, na sexta-feira, 22 de abril.

Por José Luiz Moreira e Luan Costa

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