A Unidos de São Lucas está de volta ao Sambódromo do Anhembi e disputará o Acesso II em 2024. Com o enredo: “O Canto das Três Raças…o grito de alforria do trabalhador!”, será a segunda escola no sábado, dia 3 de fevereiro. O destaque no ensaio técnico realizado no sábado fica para o samba-enredo que contém um recado bem importante.
Samba-enredo
O samba comandado por Tuca Maia tem muito a produzir neste carnaval, e no primeiro ensaio da São Lucas deu para sentir o seu potencial. Tem inúmeros trechos que chamam o povo, e fazem refletirmos do que passamos no dia a dia, os causos e lutas dos trabalhadores. Como em um refrão curto “Eis me aqui Senhor a lamentar. Soluçando a dor que vem de lá”, antes de vir “Ôôôôô… O grito do povo marcado de dor”, e o carro de som fluiu tranquilamente, mas sempre tem pontos a melhorar para trazer a comunidade ainda mais. Afinal, o canto tem, mas pode aumentar mais pelo potencial da letra.
Comissão de frente
A comissão comandada por Paula Andari em momento da coreografia teve dois grupos divididos onde faziam coreografia, em momento dela, paravam e juntos apontavam para público, cada grupo para o seu lado e depois apontavam para trás onde tinha um elemento alegórico com um personagem de bandana e que ficou o tempo inteiro ali. E depois se uniam, aparentemente representando fantoches. Ao todo na comissão, deu para notar que são três mulheres, além da coreógrafa, e que todas vestiam a camisa da escola, em especial a comissão.
Harmonia
Em relação a harmonia da São Lucas deu para perceber um canto regular, a agremiação conhece o samba, cantou consideravelmente bem. Mas claro, ainda pode um pouco mais, até pelas palavras que tendem a serem ecoadas no Anhembi como: “Meu cantar você vai ter que ouvir. É a voz da Zona Leste a exigir. Esse canto que devia ser um canto de alegria”, ou seja, tem bons momentos para explodir. Mas ainda sim, foi possível perceber as alas cantando o samba, conhecem a letra, o que é um fator muito importante. Destaque a ala fogo que teve bom canto e também animação. Na primeira ala já demonstrava lutas como bandeiras LGBT, e no trecho: “cantar você vai ter que ouvir”, muita gente representava e canta com mais ênfase. A última ala também mostrou muita animação.
Evolução
A evolução de maneira geral teve um bom desempenho com a escola bem organizada. Mas no início tinha um espaço entre primeira ala e o casal, como a escola ficou um espaço por um curto período no início do ensaio, ainda que seja natural para o casal ter espaço, estava um pouco a mais. Ou seja, precisa atentar-se a isso. No mais, foi corrigido em tempo e fluiu tranquilamente, a escola mostrou leveza, também com bexigas presentes, fazendo um evento visual interessante. As alas são bem equilibradas, não vemos uma com muita gente e outra menos.
Mestre-sala e Porta-bandeira
O casal Victória Devonne e Erick Sorriso fez uma apresentação com muita energia e alegria, mas ainda terão ajustes a serem feitos, o que é natural, já que estão juntos há pouco mais de um mês. Ocorreu uma troca na porta-bandeira, e a jovem Victoria assumiu. Também vale frisar que, ao mesmo tempo, não foi notado graves erros, só ajustes na sincronia do casal. Deu para perceber o coreógrafo do casal que é o experiente Ednei Mariano, muitas vezes instruindo e ajustando durante o ensaio. Em relação ao look, ambos vieram nas cores da agremiação.
Outros destaques
A bateria da São Lucas fluiu sustentando o samba durante a passagem no ensaio técnico no sambódromo do Anhembi. Ela que é comandada pelo mestre Andrew Vinicius. A corte de bateria teve destaque para Pepita, uma grande artista cheia de representatividades, e que fez o público vibrar em diversos momentos como na Monumental.