A Unidos da Tijuca desfila na próxima semana, mas ainda encontrou tempo para realizar os últimos ajustes na bateria. Nesta quarta-feira, a “Pura Cadência” fez ensaio no setor 11 da Sapucaí para alinhar os detalhes que restavam para a apresentação no dia 23. Sincero, mestre Casagrande afirmou que não gosta do treino no Sambódromo e prefere os ensaios de rua. O comandante da bateria tijucana também aproveitou para criticar ‘analistas’ e ‘entendedores’ de Carnaval que julgam escolas antes do desfile.
“A gente está tranquilo, estamos ensaiando há muito tempo, nosso ensaio técnico também foi muito bom. Hoje foi um trabalho mais para corrigir pequenos erros. Eu sou muito exigente, então hoje foi mais uma limpeza, pra ter certeza que iria sair daqui 100% pronto para o desfile. Lapidar uma coisa ou outra, alinhar o andamento do carro de som com bateria, formação da bateria e entrada e saída de box. Aqui é legal por ser o ‘local do jogo’, mas vou ser sincero, para mim é ruim, eu não gosto. Acaba não sendo um ensaio fechado só para a bateria, fica muito exposto, aí vem algumas pessoas julgando o que não tem pra julgar. Daqui a pouco tem um monte de gente aí analisando o que não sabe, pré-julgando. Eu, particularmente, prefiro meu ensaio de rua, porque lá eu posso dar meu esporro, minha bronca, corrigir o que é preciso”, explicou Casagrande.
“Eu tenho mais de 40 anos de Unidos da Tijuca. Hoje em dia tem muitos entendidos no Carnaval, analistas, julgadores de internet. Tem gente que passa lá na frente do barracão, vê só a traseira de um dos carros e já determina o campeão de barracão, vice-campeão, rebaixada. Carnaval se decide na Avenida, nem mais na curva final se decide, porque às vezes dá uma zebra, carro quebra, ala atrasa, então para os entendidos de desfile, esperem a Unidos da Tijuca. A escola tem carros, fantasias, bateria, comissão de frente, casal, harmonia, samba e enredo, todos bons. Vamos esperar os desfiles e depois, a abertura dos envelopes. Deixa a escola passar primeiro, depois os analistas podem dar suas opiniões. Antes tem que respeitar a agremiação”, completou o mestre da Pura Cadência.
Para o desfile oficial, Casagrande levará 262 ritmistas, com três bossas planejadas. O mestre da Pura Cadência aposta na bossa da segunda do samba que, segundo ele, tem uma retomada de surdo de segunda para surdo de primeira. Tetracampeã do Carnaval, a Tijuca conquistou três títulos na última década, mas nos últimos quatro anos, não conseguiu vaga no desfile das campeãs. Com trabalho abaixo do esperado em 2020, a agremiação quer dar a volta por cima e contratou o carnavalesco Jack Vasconcellos para levar novamente a escola aos bons caminhos.
“Pra mim essa volta do Carnaval foi mais que especial, porque estava em casa esperando esse momento, pra viver esse sonho e poder estar aqui ao lado do meu pai. Ainda bem que a situação da covid-19 já está controlada e agora podemos voltar pra cá. Estou muito feliz. Para mim, como estreante, qualquer ensaio é super especial. Mas aqui é uma adrenalina diferente, é nosso solo sagrado, então vir para cá e sentir essa energia é incrível. Nosso lema esse ano é o ‘calada vence’. Tenho ido ao barracão com mais frequência agora, e aguardem aí no sábado, a quarta escola, vocês vão ficar emocionados assim como a gente está. Vamos deixar o amor vencer”, disse a estreante do carro de som Wic Tavares.
“Aqui é maravilhoso, é minha casa, um pedacinho desse chão aqui é meu. Voltar para cá, para cantar, brincar, olhar, é importante. É muito bom, mas não mostramos tudo não. É segredo. Voltar para cá e ver que já está quase tudo pronto é muito bom. O único problema é que já poderia estar liberado o som oficial aqui pra gente. Cada vez que a gente vai ao barracão a gente fica mais maravilhado. Nossa expectativa é de um Carnaval muito disputado. Foram quase dois anos se preparando e a Tijuca está acostumada a ser campeã. Vamos para a luta, com humildade. O primeiro passo é voltar para o desfile das campeãs, e quem sabe sendo a última a desfilar no dia 30”, comentou o intérprete Wantuir.