Após trabalhar o ano de 2024 sem um carnavalesco, a Mancha Verde contratou Rodrigo Meiners. O profissional, no mesmo ano, foi responsável pelo projeto que levou a Pérola Negra à vitória no Grupo de Acesso 2. Anteriormente, ele integrava o trio de carnavalescos que conduziu os Gaviões da Fiel de volta ao Desfile das Campeãs. Artista jovem da nova geração, estreou no Grupo Especial em 2020, pela Barroca Zona Sul, e vem construindo sua carreira no carnaval, mostrando seu máximo potencial para dar retorno às escolas em que atua. No evento que definiu a ordem dos desfiles para o Carnaval 2026, Rodrigo Meiners conversou com o CARNAVALESCO e falou sobre a nova fase de sua carreira e as perspectivas para o próximo carnaval na Mancha Verde.

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Carnavalesco Rodrigo Meiners. Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

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Realização profissional

O novo carnavalesco da agremiação comentou sobre o sentimento de ser contratado pela escola. Segundo Meiners, trata-se de uma realização profissional e pessoal, já que a Mancha Verde oferece todo o suporte necessário aos artistas, com estrutura e condições para o desenvolvimento de projetos.

“Estou muito feliz por integrar o time da Mancha Verde. É uma realização pessoal muito grande. Eu sempre falei com pessoas próximas a mim que existem algumas escolas em São Paulo que estruturam o carnavalesco para realizar o trabalho e, na minha opinião, a Mancha Verde é uma delas. Sempre coloquei a escola nesse patamar de ótima organização, o que me ajuda a realizar o carnaval 100% da maneira como penso os projetos”, disse.

Trabalhando para 2026

Ainda não foi revelado o enredo que a Mancha Verde levará à avenida no Carnaval 2026, mas Rodrigo contou que já apresentou todo o projeto, e que a divulgação acontecerá mais adiante por razões estratégicas da escola.

“Estamos trabalhando forte. Já desenhamos os carros, as fantasias, nosso carnaval já começou. A gente não está divulgando nada por uma questão estratégica. Vamos esperar para ver como se desenham as escolhas das outras escolas do Grupo de Acesso. A nossa divulgação será em agosto, mas estou muito feliz”, declarou.

Adequação da escola à nova estrutura

Desocupar a Fábrica do Samba é uma missão difícil, especialmente para a Mancha Verde, que há muitos anos desenvolvia seus carnavais no local — conhecido por sua estrutura impecável, proximidade do Anhembi e ótimas condições de trabalho. Com o descenso, a escola se viu obrigada a deixar o espaço e se transferir para a Fábrica do Samba 2.

Rodrigo contou que serão utilizados dois galpões, além da quadra da escola, que também possui excelente estrutura:

“A escola não vai perder sua característica porque caiu para o Grupo de Acesso. As nossas bases de alegoria serão as mesmas, e alugamos outro espaço, já que o barracão do Acesso não comporta muitos carros. Vamos trabalhar em dois ou três espaços. A quadra tem estrutura legal para fazer carnaval e também será utilizada. A Mancha Verde está montando essa estrutura para entregar um carnaval grandioso, como eu e a escola gostamos — além do merecimento da comunidade”, ressaltou.

Ainda sobre a estrutura para o desenvolvimento do desfile, Meiners explicou como o presidente Paulo Serdan buscou soluções, inclusive firmando parcerias com escolas que não utilizarão seus espaços:

“Esse espaço interno na Fábrica do Samba 2 é o que temos por direito. Tinha outro, de uma agremiação que não vai utilizar, e o presidente firmou uma parceria. Com isso, teremos dois galpões e, como disse, se necessário, usaremos a quadra para trabalhar com peças e fantasias. Vamos chegar na concentração prontos. Tudo isso para não perder a grandiosidade que a Mancha Verde, o presidente e eu gostamos”, afirmou.

Saber lidar com a pressão

Entre 2018 e 2024, a Mancha Verde sempre esteve no Desfile das Campeãs, com dois títulos e dois vice-campeonatos. A escola nunca foi descartada como candidata ao título no pré-carnaval. Por isso, a queda em 2024, ficando na última colocação, surpreendeu a todos.

Agora, pelo histórico e tradição recente, a Mancha chega ao Grupo de Acesso como uma das favoritas. Questionado sobre a pressão de recolocar a escola no Grupo Especial, Rodrigo Meiners afirmou saber lidar com a responsabilidade:

“Na minha apresentação para a comunidade, eu disse isso: pressão no carnaval é privilégio. Quando você está pressionado para conseguir algum resultado, é sinal de que está em uma agremiação que te desafia a alcançar o melhor. É óbvio que existe pressão, assim como existia na Pérola Negra, no Acesso 2. Mas eu lido muito bem com isso e acho que faz parte do jogo e da nossa profissão”, concluiu.