Por Ana Júlia Agra
A Império da Uva levou à Intendente Magalhães, na última terça-feira, pela Série Prata, o samba-enredo “Abayomis! A boneca preta do Brasil – Da ancestral referência à resistência atual”, com muita representatividade e a comunidade pulsando. Wagner Lobo e Raquel Silva, o primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, mostraram sincronia e entrosamento para os jurados com fantasia luxuosa.
Comissão de frente
Comandada pelos coreógrafos Marcos Silva e Luciano Caten, a comissão de frente da Império da Uva envolveu o público com uma coreografia que apresentava a força da ancestralidade e da mulher preta. A comissão contava somente com integrantes mulheres. Enquanto dançavam, as componentes entoaram com força e autoconfiança os versos do samba-enredo, sincronizando a coreografia com o que era cantado. Não foi utilizado nenhum elemento cenográfico, buscando centralizar a atenção na força das mulheres pretas e suas raízes ancestrais representadas através de seus figurinos, maquiagem e pinturas corporais.
Mestre-sala e porta-bandeira
Wagner Lobo e Raquel Silva apresentaram uma dança cadenciada, com movimentos impactantes e envolventes. A fantasia do casal era repleta de plumas e pedrarias. Mostraram conexão com o enredo e entre si. A coreografia foi bem executada e, assim como a escola, o casal também cantou o samba durante todo o desfile, trazendo a porta-bandeira como símbolo de resistência.
Harmonia e samba
Os componentes apresentaram canto forte durante sua passagem pela Intendente. O intérprete Charles Silva conduziu de forma satisfatória o samba, em total sincronia com a bateria comandada pelo mestre Dó, que passou pela Passarela Popular do Samba empolgando os foliões que assistiam da arquibancada, com um ritmo contagiante, cadenciado e com muitas paradinhas.
Evolução
A escola acabou acelerando muito no final do desfile, que até o momento fluía e evoluía bem, deixando buracos em frente ao último módulo de jurados, encerrando o desfile na casa dos 37 minutos. Apesar de ter apresentado grandes carros alegóricos, a escola deixou para trás minutos que poderiam ter evitado erros técnicos no quarto módulo.