728x90
InícioGrupo EspecialBeija-Flor de Nilópolis revive “Ratos e Urubus” em um dos momentos mais...

Beija-Flor de Nilópolis revive “Ratos e Urubus” em um dos momentos mais emocionantes do Carnaval 2025

A Beija-Flor de Nilópolis preparou um dos momentos mais aguardados do Carnaval 2025, a recriação do lendário desfile Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia, originalmente apresentado pela escola em 1989, sob a assinatura do carnavalesco Joãosinho Trinta e do mestre Laíla. A homenagem no terceiro setor da escola com ala coreografada e alegoria, não apenas resgata um dos maiores marcos da história do carnaval brasileiro, mas também reafirma a capacidade da festa de provocar e emocionar.

‘’Para gente que já está na escola há muito tempo, é muito lindo ver esse cenário. Essa representatividade que eles estão fazendo e essa grande homenagem ao mestre Laíla que é muito merecedor’’, declara Elisa, de 42 anos, componente da ala.

20250303 213514

O desfile de 1989 foi um divisor de águas na forma como o carnaval era percebido. A Beija-Flor levou para a avenida um enredo que abordava a marginalização e a miséria, trazendo uma estética inovadora ao transformar o lixo e a decadência em luxo e grandiosidade. O grande símbolo desse enredo foi a alegoria de um Cristo mendigo, que precisou ser coberto com um plástico preto após ser censurado pela Igreja Católica. A cena se tornou um dos momentos mais icônicos do Carnaval carioca, acompanhada da célebre frase de Joãosinho Trinta: “Quem gosta de miséria é intelectual, pobre gosta é de luxo.”

As gerações mais jovens da escola que não viram a história sendo feita nos anos 80, absorveram esse legado através de estudo sobre o enredo e contação de histórias dos familiares. ‘’Eu já tinha ouvido falar antes do desfile, porém nunca tinha visto. Então, quando eu assisti, minha família, mesmo que todo mundo torce pela Beija Flor há anos, foi comentando comigo, falando quanto impactante é está representando, está vindo de Ratos Urubus. Eu gostei bastante, apesar da fantasia ser uma fantasia que nós não esperávamos, porque como é ala coreografada, porém eu gostei e fiquei muito surpresa’’, relata Julia Manhães, de 19 anos, componente da ala e estreante no desfile da Beija-flor.

20250303 214124

A proposta do desfile, que misturava crítica social e arte com impacto visual, conquistou o público e entrou para a história, apesar de a Beija-Flor não ter levado o título naquele ano. Mais de três décadas depois, a escola revisita essa narrativa em um momento de celebração ao legado de Laíla e sua parceria com Joãosinho Trinta.

‘’Em 1989 foi muito emocionante porque pega justamente numa parte bem uma memória afetiva minha, acabei de conversar aqui com a colega da ala que o meu irmão saiu, né, nessa ala em 89 e por ser um desfile muito emblemático, político, me toca muito. Eu fiquei muito emocionada e fiquei com mais vontade ainda de sair, porque eu só fiquei sabendo que era essa ala no dia da audição que eu participei’’, declara Eliza, de 42 anos, componente da ala.

 

A preparação para essa revisitação no carnaval de 2025 foi intensa e no formato que Laíla exigia. ‘’A gente está 4 meses ensaiando, se dedicando, a Beija-Flor ela é escola que o canto é impecável, o Laíla implantou isso também e a gente continua, a gente sai com o legado dele e continua fazendo, a gente que foi aluna dele, porque a gente aprendeu muito com ele, a gente continua fazendo o que ele nos ensinou. Tem que cantar o samba mesmo todinho, não pode errar a letra, nenhuma, nada, nenhuma letra, nenhuma vogal, nada’’, afirma Edilene, de 40 anos, contadora que desfila na escola há 15 anos.

20250303 212721

A escola apostou na emoção e na memória afetiva para conquistar o público e os jurados, reafirmando sua posição como uma das grandes potências do samba.

‘’Eu acho importante, até mesmo por conta do Cristo e a mensagem que a gente vai passar, eu acho que faz uma mensagem importante e que, infelizmente, naquele ano não ganhamos, mas esse ano eu acho que a gente tá vindo muito mais forte, não só a nossa aula, mas como outras também.

Acredito que a emoção vai ser até maior, porque vai relembrar de como aconteceu antigamente e vendo hoje tanto para mim quanto para outras pessoas aí Então vai ser muito maior’’, finaliza Julia Manhães.

 

O desfile, sem dúvida, é um tributo à genialidade de Joãosinho Trinta e à capacidade do Carnaval de contar histórias que transcendem a festa, emocionando e fazendo refletir. Seja pela nostalgia ou pela força da mensagem que ainda ressoa nos dias de hoje, Ratos e Urubus tem tudo para marcar a avenida mais uma vez.

- ads-

Baianas da Tijuca levam o cuidado matriarcal para a Sapucaí

A Unidos da Tijuca se apresentou na noite dessa segunda-feira, na Marquês de Sapucaí, com o enredo “Logun-Edé - Santo Menino que Velha Respeita”,...

A Revolução na Harmonia: O Método Laíla e Seu Impacto no Carnaval de 2025

A Beija-Flor de Nilópolis desfilou na Marquês de Sapucaí com um enredo emocionante e cheio de significado: uma homenagem a Laíla, figura central na...

Entre o Borel e a Avenida: Logun-Edé na Alma Tijucana

Após anos de pedidos, a Tijuca trouxe Logun-Edé como enredo e teve a aprovação unânime de seus componentes. Além das cores da escola serem...