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Guardiãs Ílarìs: A ancestralidade das baianas da UPM brilha na Avenida

A ala das baianas da Unidos de Padre Miguel abriu o desfile do Boi da Zona Oeste neste domingo. A escola trouxe o enredo “Egbé Iyá Nassô”, que narra a trajetória de perseverança e bravura de Iyá Nassô, fundadora do primeiro terreiro de candomblé Ketú no Brasil. Para homenagear essa grande líder religiosa, a UPM escolheu a ala mais maternal do carnaval: as baianas, representantes de mulheres fortes de axé.

Chamada de “Guardiãs Ílarìs”, a ala representou as cuidadoras, guardiãs, servas, guerreiras do Império de Oyó, berço de Iyá Nassô, a grande homenageada do enredo! As Ílarìs eram aquelas que prestavam todos os serviços no Reino.

Para a candomblecista Jussara Alves, de 64 anos e descendente de Iyá Nassô na linhagem da religião, a emoção é imensa. Pois, estreando como baiana no carnaval, ela descobriu depois de entrar na ala, que o enredo seria sobre sua casa matriz do candomblé, a Casa Branca do Engenho Velho e sua matriarca.

“Não consigo não me emocionar em estar nessa homenagem a minha avó de santo, Iyá Nassô, a primeira Oxum da Bahia, sou das águas do Engenho Velho da Casa Branca, sou filha de santo de Luciano de Xangô,  de Duque de Caxias e tem muita gente da minha nação do meu axé, que eu não fui apresentada, mas eu sei que eles estão aqui lá na avenida para poder abrir o Carnaval da UPM, então é a minha raiz na Sapucaí. Eu gosto da escola porque eu tive um namorado que ele desfilava na UPM, mas nunca tive a oportunidade de desfilar. Esse ano eu já ia desfilar antes, mas quando eu soube do enredo, eu gostei mais ainda, pois vem falando do meu axé. Eu tenho muito orgulho da minha religião, tenho muito orgulho de ser candomblecista, tenho muito orgulho de ser de axé. Sou uma mulher de Ogum e meu pai Xangô e meu pai Oxalá me dão tudo que eu preciso, então nada mais justo do que eu desfilar hoje os homenageando”, disse Jussara Alves, técnica de enfermagem com lágrimas nos olhos ao falar de sua fé e devoção.

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Desfilando há mais de dez anos como baiana pela Unidos de Padre Miguel, a Jaqueline Duarte, é só sorrisos ao estar presente na volta da escola para o Grupo Especial.

“Estar com a minha escola é uma honra sempre, ainda mais na tão sonhada volta ao Grupo Especial. É uma emoção muito grande, ainda mais com esse enredo tão potente, mesmo eu não sabendo muito sobre essas questões religiosas, sei que é muito importante falar disso. A nossa fantasia é linda, vamos representar grandes mulheres guerreiras, que é o que as baianas são”, afirmou Jaqueline, de 29 anos.

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“Sou baiana há 25 anos, cinco só na UPM. Que além de nos dar esse presente lindo de fantasia, nos deu a oportunidade de abrir o desfile dela como primeira ala. Nós somos uma ala de pessoas mais velhas, então é importante ter a ancestralidade das mulheres da UPM abrindo essa homenagem, a gente vem com muita garra, independente de idade, a gente está aqui pelo amor ao nosso pavilhão”, disse a enfermeira Ironita Velásquez, de 62 anos.

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“Voltar ao Grupo Especial é um sonho que todo mundo espera por esses anos todos, isso é um sonho de anos e anos E hoje estamos concluindo esse sonho. Hoje temos a responsabilidade de abrir a nossa escola e mostrar na avenida para o público o que é esse sonho de estar aqui e representar essa figura maravilhosa que foi Iyá Nassô”, contou a professora Rosane Neves, de 62 anos.

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A mineira Isabela Nunes, que torce para a Vila Isabel, foi convidada para ser baiana também na UPM esse ano e não resistiu ao convite.

“Foi um convite irrecusável, sou baiana da Vila Isabel, mas estar aqui com a UPM neste momento tão importante para ela é muito emocionante. Não entendo muito bem o assunto do enredo, mas é a cara da escola e extremamente necessário falar de religião nesse país tão intolerante”, disse a auxiliar administrativa de 40 anos.

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Com isso, as baianas representaram a importância das mulheres no Palácio de Oyó. E falando em importância é impossível não falar do quão importante é a volta da UPM ao Grupo Especial e da relevância das tradicionais baianas, mulheres anciãs e grandes mães das escolas de samba, abrirem esse desfile tão feminino, empoderado e maternal.

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