Estreando na Mocidade Unida da Mooca, Emerson Dias é um intérprete nacionalmente conhecido. Ao chegar na agremiação que, atualmente, está no Grupo de Acesso I, o profissional revelou uma série de cuidados que tem com a voz, técnicas que utiliza para se comunicar com o público, e, de quebra, relembrou algumas de suas referências.

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Tudo isso foi revelado em uma entrevista exclusiva para o CARNAVALESCO realizada na noite em que a agremiação gravou a faixa para o CD das escolas de samba do carnaval 2025.

emerson mooca
Foto: Gustavo Lima/CARNAVALESCO

Muitos cantores têm vários e vários cuidados. Alguns não tomam nada gelado, descansam bastante e etc. Quais que são os seus cuidados para fazer uma gravação?

“Essa geração dos anos 2000, digamos assim, é uma geração que se prepara muito. A gente tem acompanhamento de fonoaudióloga, a gente tem professor de canto, a gente estuda arranjo, a gente estuda várias coisas. Comigo não é diferente: eu venho de uma linhagem que a gente busca sempre a perfeição para que a entrega seja sempre perfeita – ainda mais hoje, em que o quesito Harmonia é muito integrado ao carro de som. A gente procura sempre estar dosando as coisas e fazer um um equilíbrio de todas essas questões”

Na hora de fazer a gravação, você busca mais a técnica, alcançar todas as notas e etc ou você vai com o coração e preza pela emoção?

“Alcançar as notas, me desculpa, mas é obrigação de todo cantor. Não adianta um desenhista que não saiba desenhar, então não adianta: cantor tem que saber cantar. Ele tem que alcanãr a nota, estar afinado, estar dentro da escala musical. Isso é, para mim, uma premissa que o cantor tem que ter. Quanto à questão de emoção, eu jogo muito, eu não consigo ser menos. Eu acho que o grande lance, o grande barato do carnaval, do samba-enredo, é justamente quando o público, o povão, compra o barulho do cantor. E cabe ao cantor saber entender o que o povão quer cantar. Eu acho essa troca muito importante. É o meu estilo de cantar. O meu estilo é o povo, o meu estilo é ir para a galera, é subir no caminhão, é subir em cadeira, é cantar nas alturas”

Quais são as suas grandes referências pensando em intérpretes?

“Eu aprendi tudo isso que te falei com o Dominguinhos do Estácio. Se você conseguir cantar numa região em que o povo te alcance, o povo vai te retribuir. Dali, vai parecer que, se você tem dez pessoas cantando com você, vai parecer que tem 100. Essa é uma técnica que eu aprendi muito com esse meu grande professor, alguns dos meus grandes pilares, obviamente: Quinho de Salgueiro, Dominguinhos do Estácio e meu tio Celino Dias”