Depois do rebaixamento para a Série Ouro, ao ficar em último lugar no carnaval de 2020, a União da Ilha segue tentando retornar ao Grupo Especial. Já foram dois desfiles no Grupo de Acesso. No ano de 2022, a escola brigou firme pela vaga, mas acabou terminando na terceira posição. Já em 2023, a agremiação ficou mais afastada dessa luta, fechando a apuração no sexto lugar.
Apesar disso, os componentes da Ilha parecem estar mais confiantes para o resultado do carnaval de 2024, tendo o enredo como o grande trunfo para o tão sonhado retorno. Após o minidesfile na Cidade do Samba, a reportagem do site CARNAVALESCO conversou com integrantes da comunidade e com segmentos da escola sobre a possibilidade de voltar ao Grupo Especial em 2025.
O componente Sérgio Luiz, assistente administrativo de 44 anos, que desfilou na União da Ilha pela primeira vez em 1998, acredita muito no acesso da escola.
“Acho que nosso enredo pode ser o diferencial em relação aos outros anos que não conseguimos subir. É uma temática afro. Normalmente, a gente faz bons desfiles com esse tipo de enredo. E também tem essa pegada infantil, que a escola se dá bem. A comunidade está muito animada e empolgada para esse desfile. Acredito que a escola tem mais chances de voltar por conta disso”.
Já a desfilante Beatriz Arcieri, professora de idiomas de 58 anos, se mostra mais desconfiada para o título da Série Ouro.
“Gostaria muito que a nossa escola fosse campeã. A gente escuta muita coisa. Alguns boatos. Não sei se o nosso enredo será o suficiente para lutar contra isso. Não tenho tanta expectativa, mas tomara que dê tudo certo”.
O primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira, Thiaguinho Mendonça e Amanda Poblete, está muito feliz com a representatividade do enredo e confiante no retorno ao Grupo Especial.
“A expectativa é a maior possível. A Ilha já vem treinando, fazendo ensaios de rua excelentes. Trazendo esse canto da comunidade, que é muito aguerrida e presente. Já no primeiro ensaio, a gente podia notar que o samba estava na ponta da língua e sendo cantado a plenos pulmões por todo mundo. Um enredo com um significado tão bonito e tão necessário. Cada setor está fazendo o seu melhor, trabalhando arduamente para poder trazer a Ilha de volta ao Grupo Especial”, disse Amanda.
“Acho que a Ilha está resgatando a sua essência, que é trabalhar enredos leves, descontraídos, fáceis de cantar. Com apelo popular e, principalmente, que tenha um propósito. A Ilha traz nesse carnaval o cuidado com o povo preto, através das crianças. Se o mundo precisa de dias melhores, nada melhor do que a gente cuidar das crianças agora. Então, a gente vem educar toda a população ao tratamento de pessoas negras”, falou Thiaguinho.
A União da Ilha será a quarta escola a desfilar no sábado de carnaval, dia 10 de fevereiro, pela Série Ouro, na Marquês de Sapucaí. A escola irá levar para a avenida o enredo “Doum e Amora: crianças para transformar o mundo!”, de autoria do carnavalesco Cahê Rodrigues.