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‘O meu olhar é para burilar cada gesto e tirar deles o melhor’, diz Ana Botafogo sobre casal da Imperatriz

'Balé não, samba é samba. A gente está aqui pensando só na estrutura e neles', diz a diretora artística

Desde setembro no comando da direção artística do primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira da Imperatriz Leopoldinense, formado por Phelipe Lemos e Rafaela Theodoro, a bailarina Ana Botafogo contou, em entrevista ao CARNAVALESCO, que os gestos serão o foco da parceria. Ana chegou à Rainha de Ramos após um convite da presidente da agremiação, Cátia Drumond, e já deu início aos trabalhos para o próximo carnaval.

Fotos: Nelson Malfacini/Divulgação

Uma dos maiores nomes do balé brasileiro, Ana é Primeira Bailarina do Ballet do Theatro Municipal do Rio de Janeiro há quatro décadas e faz parte da Academia Brasileira de Cultura. Ela iniciou sua carreira profissional na França, quando integrou o Ballet de Marseille, do renomado coreógrafo Roland Petit. Participou de Festivais em Lausanne (Suíça), Veneza (Itália), Havana (Cuba) e representou o Brasil na Gala Iberoamericana de La Danza, em Madri. Apesar do grande currículo, a artista ressalta que não vai haver nada relacionado ao balé na Marquês de Sapucaí e que o foco são os detalhes.

“Balé não, samba é samba. A gente está aqui pensando só na estrutura e neles. Eu só estou aqui para burilar gestos, momentos. Sobretudo os gestos, porque tanto o mestre-sala quanto a porta-bandeira têm que ter gestos delicados e honrar essa bandeira. Balé é no Theatro Municipal, nem a preparação deles tem nada a ver com balé. É um trabalho de diferenciação e também corporal, mas na realidade eu vou trabalhar muito mais artisticamente com eles, porque eles já são profissionais que sabem o que querem e o que fazem. O meu olhar é exatamente para burilar cada gesto e tirar deles o melhor”, afirmou a diretora artística.

Ana destaca que apesar da técnica, o olhar artístico não pode ser esquecido. Outro trabalho desenvolvido com o casal será o fôlego para resistir bem a mais de uma hora de desfile.

“Eles são um casal que vem apresentando a escola. Precisam ter a técnica – e por isso a gente prepara eles tecnicamente e corporalmente. Estou fazendo, também toda, uma parte de fôlego e de aguentar todos esses minutos que o casal passa na Avenida. O mais importante, além da técnica – porque eles a usam como um meio -, precisam emocionar com toda essa transmissão de sentimentos, e eu considero isso importante. Acho que esse foi o motivo que me chamaram. Eles também têm um preparador físico que vai prepará-los e dar fôlego, mas a parte artística – fazer desabrochar este lado latente no lado deles – vai ser comigo”, contou Ana.

No carnaval deste ano, o primeiro casal da Imperatriz ganhou três notas dez, um 9.9 dos julgadores e garantiu os 30 pontos para a agremiação da Zona da Leopoldina. A nova diretora artística chega em um momento em que a agremiação pensa em cada detalhe para levar à Passarela do Samba um espetáculo na busca pelo bicampeonato.

Para Ana, trabalhar na atual campeã do carnaval carioca é uma grande responsabilidade. A diretora conta que apesar do pouco tempo, a conexão entre o trio é bastante positiva.

“Estou muito feliz. É uma responsabilidade gigante e um sonho de todos. A gente está correndo atrás deste bicampeonato. Eu fui muito bem recebida e acredito que a gente já teve uma simbiose nos poucos momentos que eu encontrei com eles, porque tem apenas um mês. Acredito que será um trabalho em conjunto a três”, comentou.

Com o enredo “Com a sorte virada pra lua segundo o testamento da cigana Esmeralda”, do carnavalesco Leandro Vieira, em 2024 a Imperatriz Leopoldinense vai ser a sexta e última escola a desfilar no domingo de Carnaval.

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