Segunda a desfilar no Grupo Especial do carnaval de São Paulo em 2023, a Acadêmicos do Tatuapé entrou na Avenida com o enredo “Tatuapé Canta Paraty! Do Caminho do Ouro à Economia Azul. Patrimônio Mundial, Cultura e Biodiversidade. Paraty Cidade Criativa da Gastronomia”, apresentado na sexta-feira, dia 17 de fevereiro. A Academia da Zona Leste homenageou o município do litoral sul do Rio de Janeiro em uma apresentação para provar que o grave problema ocorrido no ano anterior era página virada na história da escola. Em entrevista ao site CARNAVALESCO, algumas das lideranças da Tatuapé comentaram sobre o desfile.
Eduardo Santos (presidente)
“Eu acho que fizemos um desfile muito bom, muito competente e emocionante. Fizemos o desfile que queríamos fazer, essa que é a grande verdade. Um grande desfile da nossa vida a cada ano, que é o nosso objetivo. Não gostamos de falar de título, de “é campeão”, isso ou aquilo. O nosso objetivo, o nosso projeto, é fazer o melhor desfile da nossa vida a cada ano, e eu tenho certeza que a gente vai sair daqui muito feliz porque esse foi o melhor desfile que fizemos nos 70 anos da nossa escola. Estou emocionado e muito feliz. Foi o melhor desfile que essa escola fez nos 70 anos de vida, graças a Deus”.
Sobre concluir um desfile sem problemas como os de 2022: “Dá um sentimento extra porque fazemos Carnaval procurando evitar qualquer tipo de erro ou acidente, mas nem sempre conseguimos. Tem variáveis que controlamos, e outras não. O imponderável está sempre aí para nos oferecer surpresas boas e más, e no ano passado ele ofereceu uma surpresa muito dolorida para nós. Um desfile que tinha tudo para brigar pelo título acabou servindo apenas para nos deixar no Grupo Especial. Esse acidente marcou profundamente a nossa escola. Nos preparamos demais, fizemos uma série de coisas para as nossas alegorias exatamente para poder corrigir qualquer coisa para poder evitar que aquilo acontecesse novamente. Graças a Deus está aí um desfile maravilhoso, completo e perfeito. Era isso que queríamos fazer, e tenho certeza de que o que aconteceu ano passado foi um acidente já superado por nós, e agora é só felicidade. Acho que fazer o grande desfile da nossa história é o que queríamos, e tenho certeza de que fizemos”.
Wagner Santos (carnavalesco)
“Estou muito satisfeito, mas mais satisfeito ainda porque a comunidade abraçou o enredo. Foram sete meses de muito trabalho sempre muito difícil, porque estamos vivendo uma fase pós-pandemia que é muito difícil depois de tudo que nós brasileiros passamos depois de quase três anos, e hoje retornamos o Carnaval da maneira que todo mundo está acostumado. Fizemos um trabalho maravilhoso em conjunto, onde cada departamento fez o seu trabalho. Equipe de Parintins, equipe de São Paulo, mestre de bateria, casais, comissão de frente, velha guarda… Todos. Se esqueci algum, me desculpe, mas só tenho a agradecer a todas as pessoas que participaram desse trabalho. Tenho certeza de que nós teremos um excelente resultado. Independente disso, nossa comunidade está feliz”.
Celsinho Mody (intérprete)
“A gente sempre vem com um andamento mais acelerado. Hoje escolhemos, por conta do samba, vir mais cadenciado. Não sabíamos como a escola iria se comportar no começo. Nos ensaios vimos que rolou, e acho que sempre temos que desfilar assim. Todo mundo samba, todo mundo canta, foi uma delícia. Eu não tenho palavras para agradecer o time de canto que a Acadêmicos do Tatuapé me deu de presente. Você viu as cantoras, os cantores e as cordas? Todo mundo é músico, e todos cantam e tocam todos os instrumentos. Só tenho a agradecer”.
Sobre momentos da apresentação em que o time de canto fez uma “tabelinha” com a própria comunidade em certos versos: “O quesito de harmonia é o canto da escola. Trabalhamos muito o canto da escola na quadra, então ousadamente eu faço isso mesmo. Eu deixo para o jurado ver que a escola está cantando e que há uma troca. Minha voz não é para sobressair, é para dar guia para a escola e se misturar com o canto do povo. Fazemos essa brincadeira, combinada com o mestre Higor e com o nosso Diretor de Harmonia Edu Sambista. É para o povo cantar.”
Recado para a comunidade da Acadêmicos do Tatuapé: “Minha comunidade, meu povo, minha diretoria, minha escola, minha ala musical. Muito obrigado por tudo. A palavra dessa noite é gratidão, e algumas coisas na vida não precisamos falar, precisamos exercer. E eu digo: EU A-CRE-DI-TO”.