Em seu retorno ao grupo de elite do carnaval carioca, o Império Serrano homenageou o cantor e compositor Arlindo Cruz ao levar para a avenida o enredo “Lugares de Arlindo”. O desfile da comunidade da Serrinha foi marcado pela emoção do início ao fim. Em entrevista ao CARNAVALESCO, os componentes expressaram o sentimento pós-desfile.
MESTRE VITINHO (mestre de bateria)
“Estou muito feliz porque estudamos muito o andamento do samba, tínhamos dúvida, por querer chegar mandamento perfeito para o povo sambar, o povo cantar. E por ser a primeira escola, nos últimos anos, tinha que colocar ‘pra frente’ (o andamento), e a gente veio meio que no contra disso. A gente veio com a proposta de mostrar o samba, de fazer as pessoas cantarem o samba, bater no peito para o Arlindo, que é um enredo de ancestralidade, de africanidade… Um samba perfeito, de compositores perfeitos como o Carlos Sena, o Aloísio Machado, pessoas que escreveram com o Arlindo. Então, nada melhor que relembrar aqueles carnavais antigos, respeitando a métrica do samba e a melodia. Foi muito bacana o nosso desfile”.
WILSINHO (diretor de carnaval)
“Eu já estou há muito tempo no carnaval, já vivi muita coisa no carnaval… Títulos, muitos desfile das campeãs, meio de tabela, decepções. Mas, esse desfile do Império Serrano, por todo o pré-carnaval, de subir com a escola no ano passado… A escola que tem menos estrutura do que outras, quando você sobe, a gente botar a cara e fazer um carnaval desse. A gente vê a Sapucaí direitinho. Do Setor 1 ao final aplaudindo a gente de pé. Foi um um momento que eu não aguentei e dessa vez eu desabei… Nunca chorei depois de um desfile, mas esse foi especial. Eu não sei qual vai ser o resultado, mas o Império é uma escola gigantesca”.
ITO MELODIA (intérprete)
“Foi um desfile maravilhoso. O Império Serrano provou e mostrou o que queria fazer na avenida. E eu ganhei esse presente. Eu cantei Império. Eu cantei Arlindo Cruz. Acho que o objetivo foi cumprido, acho que fizemos um desfile não de escola que abre o carnaval, mas para disputar o título”.
JÚNIOR SCAPIN (coreógrafo)
“Cara, tô muito feliz. É muito bom quando você ensaia três vezes e dá tudo certo. Tem três anos já que eu venho tendo problemas com os meus desfiles, com as minhas comissões de frente e o Sandro me deu uma estrutura muito foda para poder estar aqui, para poder fazer tudo isso acontecer, eu tô muito feliz!”.
DANIELLE NASCIMENTO E MARLON FLORES (casal de mestre-sala e porta-bandeira)
“É na guerra, é na garra! E o Império Serrano tá lindo, com uma energia maravilhosa, o público correspondendo do início ao fim. Estou muito feliz com esse desfile”.
“Muito feliz, graças a Deus conseguimos realizar tudo que a gente vem trabalhando durante todo o ano. O Império tá lindo, deu pra ver pela concentração. E agora que a gente vai conseguir ter uma análise depois disso aí, mas estou muito feliz com toda a arquibancada, com o público saudando essa escola maravilhosa, nove vezes campeã do Grupo Especial e que veio pra voltar ao seu tempo de glória”.
BABI CRUZ (esposa de Arlindo Cruz)
“Absoluta emoção, o grau máximo da emoção, da conclusão, da satisfação de um dever cumprido e eternizando Arlindo. Esse merecimento que é dele, essa luz, que é dele, esse talento que é dele. Valeu a pena cada palmo desse chão que ele trilhou. Enfim, gratidão ao Império Serrano e gratidão ao carnaval carioca. É um carnaval de muita luz”.
FLORA CRUZ (filha de Arlindo Cruz)
“É a certeza de que tudo que a gente percorreu até aqui, valeu a pena. Esse desfile hoje foi a vitória de Xangô, a vitória de Orixá. Arlindão estar vivo é um milagre. Vivo e bem na medida do possível, com a liberação médica para desfilar. Isso é uma vitória espiritual e o Império merece. Eu sou imperiana desde sempre e ver o império lindo desse jeito, com enredo que pra mim, sem palavras… É só muita gratidão e muita emoção, estou muito feliz, muito grata”.
WENNY ISA (princesa de bateria)
“A emoção foi absoluta, eu estou muito emocionada até agora, tentando segurar o choro pra não atrapalhar o desfile. O Império renasceu. A gente tem que agradecer ao presidente Sandro Avelar pela gestão, porque a questão financeira do Império era um caos… E hoje a gente vê essa escola rica, linda, com cara de disputa de algum título. E passar da forma que passou, honrosa. E a gente sabe da história do Império inteira. Eu desfilei em 2020 e a escola estava inacabada e você vê a escola rica… O (presidente) Sandro Avelar tem que ganhar um prêmio de gestão revolução, sei lá… Cria um negócio aí para o homem… Eu estou muito feliz, foi lindo, foi incrível, em homenagem ao Arlindo, passou um filme na minha cabeça… Ali na frente, senti a emoção da avenida, a primeira escola, a primeira pessoa ali na frente, é uma responsabilidade grande também”.