Há um quesito que é seguro nos Gaviões da Fiel: mestre-sala e porta-bandeira. Trazendo nota máxima para a agremiação desde 2022 e perdendo um único décimo desde 2016 (gabaritando em três oportunidades no dia da apuração o segmento em tal período), os atuais incumbidos de defender o pavilhão da ‘Torcida Que Samba’ são Wagner Lima e Carolline Barbosa. Em entrevista concedida ao CARNAVALESCO no evento que revelou a ordem dos desfiles dos grupos organizados pela Liga-SP para 2026, a dupla destacou o entrosamento e a sintonia até mesmo em momentos mais tranquilos do ciclo para cada desfile.

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Foto: Will Ferreira/CARNAVALESCO

Tradição que ultrapassa gestões

Ao contrário de outras coirmãs, os Gaviões da Fiel optam por realizar eleições trienais para definir os rumos da entidade – que, por sinal, coordena tanto os rumos da torcida organizada quanto da escola de samba. Para explicar o sucesso do segmento, Wagner cita tal característica da tetracampeã de direito do carnaval paulistano: “Os Gaviões têm uma gestão de três em três anos, e a gente cuida com tanto afinco e com tanto carinho do pavilhão que, no dia a dia, essa vontade de trazer a nossa nota máxima não vem nem no CPF mais. Não vem no Wagner, não vem na Carol. A gente faz isso por pela comunidade que apoia a gente, que sempre está lutando para que a gente venha o melhor possível na avenida. A gente sempre faz o carnaval para eles, para essa multidão que ama os Gaviões e é corinthiano – e quem não é corinthiano, mas gosta do nosso pavilhão. A gente faz pela diretoria, faz por cada um componente. E, depois, a gente pensa na gente, que tem nossos familiares. É muita coisa, é mais alma do que a dança em si. A gente tenta só levar nossa tradição da melhor forma possível. É esse conjunto todo que faz a gente ter sucesso na avenida”, destacou.

Carol concordou com o companheiro: “Concordo totalmente com o Wagner! A gente dança para o nosso pavilhão e para o nosso povo. Todo o nosso processo de carnaval é voltado para aquele momento do desfile. Todos os momentos onde a gente está ostentando esse pavilhão e levando a alegria pra nossa comunidade são especiais”, pontuou.

Férias?

Quando perguntada sobre como se prepara para os desfiles de 2026, Carol comentou que o foco já está a mil – e os cuidados aeróbicos nunca saem de moda: “Não gosto de ficar parada e eu amo dançar. Além da academia que a gente faz, eu já estou fazendo aulas para aprimoramento. Na técnica, a todo momento a gente está aprendendo alguma coisa. Quanto mais a gente dança, mais a gente aprende. Por isso, tem que dançar. Não pode ficar parada”, afirmou.

Também adepto dos treinamentos, Wagner confessou que o pós-carnaval é o momento para se desconectar momentaneamente do bailado: “Primeiro a gente dá aquela pausa. Eu tenho algumas coisas, tradições minhas… eu dou uma pausa e vou até o meu aniversário, que é em maio. A Carol já começou a fazer uns trabalhos, mas o corpo nunca para. A academia e a parte física nunca param, mas na dança a gente dá uma acalmada no coração. A partir daí, quando começam as ordens, aí é pau na máquina. Aí a gente só para no dia do desfile”, vislumbrou.

Em casa

Se Wagner defende o primeiro pavilhão dos Gaviões da Fiel desde 2015, Carol chegou ao atual posto no final de 2023, assumindo a vaga herdada por Gabriela Mondjian. Ainda antes disso, o mestre-sala já havia dançado com Adriana Mondjian.

Engana-se, entretanto, quem pensa que ela se sente pouco à vontade: “Agora, realmente, estou mais ambientada. Os desafios são os que a gente encontra na pista, já que podem ter variações que podem acontecer. Mas, durante todo o nosso processo de trabalho, foi tudo muito mais tranquilo. A gente teve mais tempo para ensaiar e começar tudo desde o início do nosso trabalho. Com calma, pensando e idealizando a nossa coreografia, pensando no enredo que a gente estava trabalhando – e, também, poder dar os meus pitacos na coreografia. Isso foi muito bom, bem interessante”, comentou, relembrando todos os momentos como principal defensora do pavilhão da agremiação do Bom Retiro.

Companheiro que inegavelmente admira Carol, Wagner fez questão de frisar o tino da escola para revelar ótimos nomes no quesito: “Eu sempre falo, acho que é até repetitivo, mas todo ano é um sonho para mim. É um sonho conseguir, por mais um ano, ser guardião da escola, ser protetor do pavilhão, com essa dama maravilhosa. É lindo ter a honra de colocar meus pés e minha alegria de novo na pista. Manter uma tradição que a gente, dos Gaviões, possui. É lindo ver pessoas criadas na casa, que levam esse glorioso pavilhão, crescendo”, finalizou.