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Viviane de Assis: ‘Luto todos os dias para mostrar que não sou somente uma mulher com nanismo’

CARNAVALESCO estreia série 'Carnaval de todos' que mostra a representatividade dos sambistas nas agremiações

Festa popular e representativa, o carnaval reúne o melhor exemplo de ambiente democrático no país. Alguns tentam elevar o tom para uma polarização radical, mas o resultado final é o encontro de todos nas quadras, ruas e na Avenida, dançando, cantando e extravasando suas angústias do ano todo. A energia em volta de milhares de pessoas sambando juntas no ritmo da bateria provoca um efeito altamente contagiante. Por isso, o carnaval é de todos. O site CARNAVALESCO estreia série ‘Carnaval de todos’ que mostra a representatividade dos sambistas nas agremiações.

A personagem que abre a série é passista e empoderada: Viviane de Assis. Para ela, o carnaval e o Dia Nacional de Combate ao Preconceito Contra as Pessoas com Nanismo são duas datas importantes.

“A Vivi na folia vive o momento de diversidade e alegria para todos, com ou sem dinheiro, cada um da sua maneira, sendo fonte de renda, gerando emprego para tantas pessoas. Em 25 de outubro é quando param para me ouvir”, disse Viviane.

“Sou uma mulher, negra e sambista. Uso o meu corpo, a minha dança, como uma linguagem política para chamar atenção das pessoas, e gerar uma inquietação”, Viviane de Assis

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Segundo a sambista, alguns quesitos ainda precisam de nota 10 para melhorarem a questão da representatividade dentro do carnaval.

“O respeito e o reconhecimento dentro das próprias agremiações são os pontos-chave. É muito triste ver algumas escolas de samba fazerem alas de deficientes, limitando a nossa capacidade e não dando oportunidade de mostrar o que sabemos fazer de melhor, como por exemplo, tocar um instrumento, rodar uma bandeira ou corteja-la, sambar, cantar”.

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Dentro do carnaval, Viviane não sofre tanto preconceito quanto antes, pois acredita que conseguiu criar seu próprio nome.

“Fora do carnaval, eu sofro todos os dias. Sou alvo de preconceito com olhares, câmeras de celulares, bullying leves e pesados, como, quando fui chamada de ‘bicho/monstro’ em uma loja na Tijuca. Criei um nome no samba, com meu salto riscado, mostrei a minha capacidade de ser musa, passista, rainha de bateria, destaque e enredo do próximo carnaval em Niterói. Luto todos os dias para mostrar que não sou somente uma mulher com nanismo, mas que sou a Viviane de Assis”, afirmou.

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A passista da Viradouro explica que é importante e fundamental os sambistas se posicionarem sobre questões políticas e sociais do Brasil.

“Sou uma mulher, negra e sambista. Uso o meu corpo, a minha dança, como uma linguagem política para chamar atenção das pessoas, e gerar uma inquietação. Nada me impede de fazer tudo que uma outra pessoa com estatura mediana faz. A sociedade precisa parar com o capacitismo (discriminação de pessoas com deficiência)”.

Ela conta o caminho que considera essencial na defesa de causas e na busca dos objetivos pessoais.

“O primeiro passo é ir com fé, lutar pelos seus ideais e acreditar, sem medo, pois o não’, todos nós já temos, basta correr atrás do sim sem medo de ser feliz, independente de quem seja, não se limite pela sua deficiência, idade, estatura, peso. Acreditar em si é essencial”, garantiu.

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