Na final de samba-enredo do Salgueiro a atriz e rainha de bateria Viviane Araujo emocionou o público com suas declarações sobre mais um ano à frente da “Furiosa”. Vivi é a rainha mais longeva do carnaval carioca no mesmo posto: são mais de 15 anos ininterruptos reinando à frente da bateria do Salgueiro. Perguntada sobre o sentimento de continuar no cargo, Viviane respondeu com emoção.
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“Mais um ano que eu estou aqui, mais um ano de muito amor e de muita realização. Mais um ano junto, isso me enche de orgulho ainda. Poder estar aqui nessa escola que eu amo, poder ver a minha escola hoje como ela está é importantíssimo para mim, é o que me basta, o que me deixa completamente realizada. Eu amo isso aqui, todo mundo sabe, eu estou nisso aqui há 30 anos, e isso aqui é a minha maior paixão. Estar aqui hoje, vendo a minha quadra desse jeito, é uma realização enorme para mim”, declarou Vivi, com os olhos brilhando.
Conhecida como a “rainha das rainhas”, a atriz comentou sobre o título recebido do público e da crítica. Ela acredita que o título seja mais devido à sua dedicação e representação no posto de rainha.
“Eu fico feliz de verdade pelo reconhecimento, pelo carinho de todo mundo. Porque sabem do meu comprometimento, do meu amor, da minha paixão pelo carnaval, pelo samba, pela minha escola, pelo que eu sou e pelo que eu represento. Acho que eu tenho esse título mais por isso. Não porque eu sou melhor, porque eu sou nada disso”.
Viviane também opinou sobre a presença crescente de mulheres brancas e famosas em postos de musas e rainhas de bateria, ocupando espaços que tradicionalmente eram de mulheres da comunidade.
“Hoje está tudo muito diferente mesmo, mas o carnaval quem faz é o povo da comunidade. A gente tem que exaltar sempre quem faz, quem está aqui, quem representa, quem dá o sangue e quem dá a alma pela escola, a gente tem que exaltar sempre. Mas eu acho também que o carnaval é muito aberto e agrega muitas pessoas, todo mundo, então a gente abraça todo mundo. E eu venho de uma época em que ter mulheres famosas, como a Luiza Brunet, Luma de Oliveira, a Galisteu e várias outras que vinham desfilando ou de destaque, era uma coisa que as pessoas gostavam, queriam ver. Eu acho que também isso não pode se perder, mas sem nunca deixar de exaltar quem é, de fato, daquela comunidade. É preciso saber direcionar, colocar todo mundo onde tem que estar, de fato”, afirmou Viviane.
Relembrando sua própria trajetória, Vivi destacou que não começou como celebridade, mas como uma menina humilde apaixonada pelo carnaval. A fama só veio depois, quando ela já era figurinha carimbada no carnaval.
“Eu vim realmente de um lugar que eu queria estar, eu queria estar ali, independentemente de onde fosse. Eu não queria o posto, eu queria estar. Eu vim de composição, eu vim de ala, eu vinha em qualquer lugar, porque eu queria estar ali”, contou a rainha.
Com seu carisma e longevidade, Viviane segue sendo um dos maiores símbolos do Salgueiro e do carnaval carioca, reafirmando, a cada ano, sua relação de amor e entrega com a bateria “Furiosa”.









